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Soja é cultura mais prejudicada pela seca no Rio Grande do Sul

Cerca de 92% da área cultivada com o grão estão sujeitos aos efeitos da estiagem

A soja é a cultura mais prejudicada pela estiagem no Rio Grande do Sul. De acordo com o levantamento semanal sobre a situação das culturas, realizado pela Emater, isso ocorre devido ao alto percentual de lavouras em fases críticas com relação à falta de umidade.

Cerca de 3,2 milhões de hectares, ou 92% da área total cultivada com o grão, estão sujeitos à influência do clima, cada vez mais desfavorável a uma boa produtividade. No Estado, 11% da lavoura está em floração e 81% em enchimento de grãos.

Segundo os técnicos da Emater, provavelmente os rendimentos apresentarão quedas em relação aos dados divulgados no dia 4 de março, quando a produtividade indicada foi de 2.171 quilos por hectare. As informações que estão sendo coletadas demonstram uma tendência à redução da produtividade para, aproximadamente, 2 mil quilos por hectare.

A área plantada com soja no Rio Grande do Sul é de 3,896 milhões de hectares, de acordo com a terceira e última estimativa de plantio realizada pela Emater, projetando uma produção de 8,458 milhões de toneladas.

A cultura do milho apresenta um quadro distinto em comparação com a soja. A atual estiagem, que vem ocorrendo desde a metade de dezembro, alcançou a cultura em uma fase mais adiantada, quando a maioria das lavouras, nas regiões de alto potencial de produção, já havia ultrapassado as fases críticas de floração e de enchimento de grãos.

No Estado, as perdas em relação às expectativas iniciais serão mais significativas nas lavouras que ainda se encontram nas fases de desenvolvimento e floração, cerca de 12% de um total de 1,347 milhão de hectares, concentradas nas regiões Sul, Campanha, Fronteira Oeste e nas áreas de plantio de fumo do Vale do Rio Pardo e Central.

A colheita do arroz inicia a segunda quinzena de março com uma situação privilegiada em relação às demais e alcança 11% da área colhida. O tempo seco tem auxiliado os orizicultores nos trabalhos de colheita, que começa a se intensificar neste mês.

A diminuição da produção de leite pela estiagem está coincidindo com fim da safra, período normal de redução devido ao amadurecimento das pastagens de ciclo estival. Neste ano, a perda de qualidade do pouco que sobra ficou agravada pela falta de chuvas, que as tornou mais fibrosas e, em conseqüência, menos palatáveis e nutritivas. Além disso, os produtores vinham investindo pouco na atividade, insatisfeitos com os preços do leite e alguns diminuíram a área destinada à pecuária leiteira para plantar soja.

Os prejuízos da estiagem não se limitam a diminuição da produção, mas também ao incremento de seus custos, devido ao aumento da suplementação alimentar (concentrados, silagem e feno). As estimativas indicam uma redução de 20%, aproximadamente, na produção de leite, com tendência de aumento caso a estiagem continue.

Nas regiões mais afetadas pela estiagem, a baixa oferta de alguns produtos já caracteriza desabastecimento e o aumento de preços chega ao bolso do consumidor. Nas regiões Celeiro, Colonial de Jacuí e Alto Jacuí, as altas temperaturas, associadas ao clima seco, impediram um melhor desenvolvimento das culturas, danificando principalmente as folhosas.

Na região Central, a estiagem e os ventos fortes fizeram com que os produtores de hortigranjeiros contabilizassem prejuízos nesta última semana. Na região Noroeste e Missões, os prejuízos com hortigranjeiros superam 25% da produção esperada. Nos vales do Taquari e Caí, nas propriedades que não possuem irrigação, as perdas pela estiagem atingem em média 30% da produção do pepino, alface, repolho, brócoli e beterraba.

 
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