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 | 18/12/2009 07h31min

Retrospectiva: Presidente da Abafrigo destaca mudanças expressivas no cenário do setor em 2009

Péricles Salazar afirma que concentração de empresas frigoríficas prejudica a concorrência

Nestor Tipa Júnior | Porto Alegre (RS)

O setor frigorífico brasileiro em 2009 se caracterizou por profundas mudanças. Houve a consolidação do processo de concentração das grandes indústrias, com a aquisição de plantas e fusão de empresas. Mas o presidente da Associação Brasileira dos Frigoríficos, Péricles Salazar, entende que estes movimentos devem ser vistos com cautela, pois podem trazer prejuízos para o setor.

- Eles consolidaram sua atuação adquirindo outras plantas, inclusive plantas internacionais, e esse processo de concentração, que eu entendo que não é salutar para a cadeia produtiva.

Além disso, ele critica a posição das autoridades em relação às medidas de embargos aos frigoríficos que compraram carne proveniente de áreas de desmatamento. Salazar acredita que houve equívocos do Ministério Público do Pará, baseado em informações também equivocadas do Greenpeace. Estes fatos, segundo o presidente da Abafrigo, fez com que algumas atitudes fossem tomadas sem que houvesse uma culpa por parte da maioria dos produtores e dos frigoríficos.

-  Teve frigorífico penalizado porque comprou animais de fazenda que não estavam na lista. Depois que foram ver que não estavam na lista. Com isto prejudicaram a indústria e o conceito do frigorífico indevidamente. Evidentemente que concordamos que não pode haver desmatamento ilegal, não pode haver processo de agressão ao meio ambiente, mas não no excesso que as autoridades querem nos impor.

Outra medida criticada por Salazar foi a do processo de certificação pela Associação Brasileira de Supermercados para certificar e habilitar produtores e frigoríficos, com a intenção de adquirir carnes de empresas que façam a adesão ao processo de certificação dos supermercadistas. Ele afirma que não houve uma consulta ao setor e que a medida não é interessante para a cadeia produtiva.

- Existem vários equívocos no processo. Isto pode inclusive possibilitar a elevação de preços do setor que nós, da cadeia produtiva, não queremos - alerta.

Mas a indústria frigorífica comemora a desoneração da tributação do Pis e Cofins no setor. Salazar destaca que esta é uma vitória depois de quase cinco anos de negociações para o governo. De acordo com ele, o benefício fiscal, que foi concedido aos frigoríficos de mercado interno e também o de mercado externo, com os benefícios de crédito presumido, vão gerar uma nova fase de prosperidade na indústria frigorífica brasileira. O presidente da Abafrigo salienta que a medida também vai tirar diversas empresas da clandestinidade.

- Este fato é extremamente relevante para os frigoríficos e também para a saúde pública, porque agora entendemos que não há mais razão para fazer o abate clandestino. Não havendo o abate clandestino, e os que faziam este abate agora vão poder trabalhar de uma forma mais clara, mais transparente, produzindo com maior qualidade, e isso faz com que haja um benefício à população consumidora no país.

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