A Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), maior central de abastecimento da América Latina, ficou debaixo d’água nesta terça, dia 8. Isso porque, segundo os meteorologistas, em apenas um dia choveu mais do que o previsto para o mês inteiro. Um levantamento com os prejuízos vai ser divulgado somente nesta quarta, dia 9.

Com a chuva intensa, o rio Pinheiros transbordou. Os caminhoneiros que chegaram de madrugada ainda aguardam para descarregar a mercadoria. É o caso de Moacir Rocha, que veio da Paraíba e enfrentou quatro dias de estrada.

Já o caminhoneiro Renato Dias está com o caminhão lotado de frutas. Há 20 anos ele entrega alimentos na Ceagesp e diz que nunca viu uma situação como essa.

O transito nos pavilhões ficou praticamente impossível. Depende da coragem do motorista. Alguns enfrentam o alagamento de bicicleta ou até mesmo a pé. Carlos Ramos está desde a meia-noite no caminhão, e pela tarde foi obrigado a deixar o veículo.

Mesmo com a chuva, teve gente que tentou fazer compras, mas saiu de mãos vazias.

O pavilhão do comerciante Zezinho Marcarini não foi atingido. Entretanto, ele deixou de vender cerca de duas mil caixas de fruta, um prejuízo de pelo menos R$ 20 mil.

Em setembro, a Ceagesp também ficou alagada depois de uma forte chuva. Na época, foram perdidas 300 toneladas de frutas, o equivalente a R$ 220 mil.

O gerente do entreposto informou que a Ceagesp pretende construir piscinões para evitar novos alagamentos. O projeto deve ser enviado para o governo federal no ano que vem.

A volta da comercialização está prevista para as 5h da manhã desta quarta. A Ceagesp promete discutir o ressarcimento dos prejuízos aos produtores com o sindicato da categoria.