O governo brasileiro vai definir na próxima semana a lista final de produtos importados dos Estados Unidos que serão sobretaxados como forma de retaliação aos subsídios dados aos produtores daquele país e que prejudicaram o comércio internacional. O Brasil ganhou o direito junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) publicou uma lista com 222 produtos que podem sofrer alterações na alíquota do imposto de importação. Esses produtos importados pelo Brasil somam US$ 2,7 bilhões por ano. Segundo a Camex, esse valor deve cair entre US$ 400 e US$ 500 milhões. A lista estava em consulta pública até o dia 30 de novembro, prazo final para serem feitas as manifestações.

Diversos setores apresentaram ao todo 410 pedidos com o objetivo de alterar a lista. São empresários que temem prejuízos porque dependem da importação de insumos dos Estados Unidos. É o caso, por exemplo, da indústria de papel e celulose que importa produtos químicos e que agora pode pagar mais caro por isso.

De acordo com a Secretaria Executiva da Camex, o aumento da tarifa pode chegar a 100%. Alguns critérios técnicos foram aplicados para escolher os produtos e a preferência foi para os produtos de valor de importação mais elevado. A Camex garante que a intenção é não prejudicar a indústria nacional.

Com as sugestões do setor privado, agora o governo precisa divulgar a lista definitiva de produtos que vão sofrer retaliações. Na terça-feira da próxima semana, representantes de sete ministérios se reúnem para uma decisão final. A lista, entretanto, só deve ser divulgada em janeiro. A medida vai valer por um ano e pode ser prorrogada.