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 | 03/12/2009 08h52min

Chuva deverá diminuir safra gaúcha em 18%

Farsul é a primeira entidade a estimar quebra da produção total no RS, mas projeção não inclui soja

Letícia de Oliveira l Brasília (DF)

Mais uma colheita castigada pelo clima. Em vez de seca, desta vez pela enxurrada.

Ao projetar a safra 2009/2010, a Federação da Agricultura do Estado (Farsul) saiu na frente e apresentou a primeira estimativa de quebra na produção gaúcha de grãos a ser colhida no próximo ano, avaliada em 18%.

A previsão de repetir o mesmo desempenho do ano agrícola 2008/2009, de 22,6 milhões de toneladas, portanto, foi por água abaixo, e a expectativa agora é de uma safra de 18,5 milhões de toneladas. Conforme cálculo da Farsul, o prejuízo financeiro inicial pode chegar a R$ 2,5 bilhões nas culturas de arroz, milho e trigo e na pecuária leiteira. As perdas da soja, cultivo com plantio em atraso, não foram contabilizadas.

– Primeiro teremos de ver o que vamos plantar para, posteriormente, verificar os prejuízos. 2010 será um ano difícil, e estimamos uma queda altamente significativa na produção do Estado – destacou o presidente da Farsul, Carlos Sperotto.

Sem arriscar projeções de produção, o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, João Carlos Machado, confirma que o cenário é preocupante, mas prefere acreditar que o quadro possa ser revertido:

– Espero que o clima se normalize e as lavouras tenham boa produtividade.

Puxados pelos problemas causados pelo excesso de chuva, os prejuízos da lavoura de arroz são os mais significativos e podem chegar a R$ 1,6 bilhão, de acordo com a federação. Embora o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) ainda projete produção 10% inferior à safra anterior, de 8 milhões de toneladas, a Farsul prevê que os produtores poderão amargar perdas de 28% a 30%, o que provocaria “crise de disponibilidade de arroz no Brasil” e, consequentemente, uma elevação nos preços da cultura.

Oleaginosa é a esperança de rentabilidade ao produtor

Na contramão, a soja reserva o melhor comportamento entre os grãos.
Mesmo com o plantio não sendo realizado em sua plenitude, a cultura deve apresentar resultados satisfatórios e vai absorver as áreas de milho, aumentando a produtividade.

– Não teremos preços estratosféricos, mas ainda haverá rentabilidade – salienta Sperotto.

Saiba tudo sobre a soja em Lavouras do Brasil

Stephanes promete verba

Após uma hora de audiência com representantes do setor agrícola gaúcho, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, assegurou que não faltarão recursos para os produtores atingidos pelos temporais no Estado. Embora não tenha definido o montante a ser liberado, o ministro prometeu dinheiro para replantio, recuperação das propriedades e agilidade na liberação do seguro-agrícola.

– O ministro vai procurar atender a todos. Ele não estipulou teto porque quer atender a toda a demanda – disse o secretário João Carlos Machado.

Representantes do Banco do Brasil e do Ministério da Fazenda acenaram com a possibilidade de abertura de crédito extra para produtores que já atingiram limite de financiamento.

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