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 | 30/11/2009 09h21min

Governo federal atrasa recursos a flagelados pelo clima no RS

Anúncio de verba feito em maio ainda não saiu do papel

Enquanto o governo federal anunciou, no fim de semana, a liberação de ajuda inicial de R$ 162 milhões para recuperar os estragos dos temporais da primavera, ainda não chegou aos municípios o dinheiro relativo à estiagem que castigou o Rio Grande do Sul no outono.

O drama de ver o sofrimento da população e o acúmulo de prejuízos em um mesmo ano pela falta e o excesso de chuva é compartilhado por enquanto por 38 cidades gaúchas. Entraram em situação de emergência no primeiro semestre pela influência do La Niña e agora tiveram de editar novo decreto em razão da devastação provocada pelo El Niño.

No final de maio, o Ministério da Integração Nacional anunciou R$ 40 milhões para aquisição de retroescavadeiras e construção de sistemas de distribuição de água para as prefeituras, mas a licitação para a compra dos equipamentos e materiais, seis meses depois, ainda não foi realizada.

Dos 279 municípios atingidos pela falta de chuva no Estado, 213 optaram por retroescavadeiras para a construção de açudes para amenizar o problema da falta de água. Mesmo adquiridos para outros propósitos, as máquinas poderiam estar agora auxiliando na reconstrução dos estragos da enxurrada.

– O nosso interior é muito extenso, e hoje essas retroescavadeiras poderiam ser usadas na recomposição das estradas – diz Haroldo Naatz de Souza, secretário de Infraestrutura e Administração de São Jerônimo (RS), município que sofreu com a falta de chuva e agora pena com o excesso.

– A burocracia é muito trancada. Se os açudes estivessem prontos, já estariam cheios. Em 2009, tivemos a pior seca dos últimos 10 anos e agora a pior enchente dos últimos 10 anos – observa Erasmo Silva, prefeito de Alegrete (RS), município que contabiliza três mil pessoas atingidas pela cheia.

O presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul, Marcus Vinícius de Almeida, afirma que a entidade, calejada pela mesma dificuldade de ocorrências climáticas anteriores, pregava a dispensa de licitação para acelerar a chegada do auxílio às cidades.

Líder da bancada federal gaúcha, o deputado Beto Albuquerque (PSB) diz que o auxílio relativo às perdas causadas pela chuva chegará de forma mais ágil porque não haverá necessidade de licitação. Os estragos são mais palpáveis, permitindo repasse menos burocratizado, avalia.

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