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 | 24/11/2009 08h56min

Rio Grande do Sul registra novembro mais chuvoso em 23 anos

CPTEC indica que quase toda a metade oeste do Estado apresenta índices que superam 300 mm além da média histórica para a região

Há pelo menos 23 anos o Rio Grande do Sul não era inundado por chuvas tão intensas em um mês de novembro como as que castigam os gaúchos.

Mapas do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) mostram que somente em 1986, parte significativa do Estado, como agora, apresentou mais de 300 milímetros de precipitação acima da média para o período. Comprovando a temporada histórica de chuvaradas, o 8º Distrito de Meteorologia não tem registro de um novembro tão úmido como o atual em regiões como as de Porto Alegre, Bagé, Pelotas e Santa Maria.

Análises preliminares do CPTEC, que monitora o volume de chuva em todo o país, indicam que quase toda a metade oeste do Estado apresenta índices muito acima do normal – que superam 300 mm além da média histórica para cada região.

– Apenas em 1986 podemos observar pelos mapas uma intensidade de chuvas semelhante à atual – afirma a meteorologista Priscila Farias, do grupo de Previsão Climática do CPTEC.

Em 1986, o Estado se encontrava, como agora, sob efeito do El Niño (aquecimento das águas do Pacífico). A partir do dia 5 de novembro daquele ano, o mau tempo deixou 1,6 mil desabrigados com alagamentos em cidades como Porto Alegre e Bagé.

Mas uma comparação entre estações meteorológicas de algumas regiões sugere que os gaúchos deparam com volumes inéditos de chuva para novembro.

Conforme o 8º Distrito de Meteorologia, não há registro de tanta umidade em anos anteriores em cidades como a Capital, onde já choveu 287 mm – 305% da média. Os dados são compilados de forma mais abrangente e confiável desde o final dos anos 60.

Para Priscila, o fenômeno combina a umidade soprada desde a Amazônia com altas temperaturas sobre o Estado, que resultam em tempestades quando se confrontam com frentes frias vindas do Sul. Como consequência da fúria climática que se redobrou com os temporais de quinta-feira, a Defesa Civil registrava até essa segunda, dia 23, sete mortes, 8,5 mil desalojados e 1,09 mil desabrigados, e 36 municípios haviam decretado situação de emergência.

Em 34 cidades, havia problemas de abastecimento de água, e pelo menos dois mil consumidores ainda enfrentavam falta de luz. A Central de Meteorologia prevê a continuidade do tempo instável, com pancadas de chuva e nebulosidade pelo menos até o domingo, dia 29.

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