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 | 20/11/2009 17h33min

Açúcar atinge em 2009 maior cotação dos últimos 28 anos

Valor das usinas de cana-de-acúcar praticamente dobrou nos últimos doze meses

Atualizada às 20h31min Renata Maron | São Paulo (SP)

O valor das usinas de cana-de-acúcar praticamente dobrou nos últimos doze meses. É o que revela um levantamento do Itaú BBA, banco que vem aumentando a concessão de crédito no setor sucroalcoleiro. O principal motivo é a valorização do açúcar.

Segundo analistas, o produto atingiu em 2009 a maior cotação dos últimos 28 anos. As oportunidades de investimento para o ano que vem foram discutidas nesta sexta, dia 20, em São Paulo, no Clube da Cana, evento que reúne os maiores empresários do setor.

O valor de uma usina é calculado principalmente pela capacidade de moagem de cana-de-açúcar. O diretor do Itaú BBA, Alexandre Figliolino, explica que no fim do ano passado, no auge da crise, o preço das usinas a venda girava em torno dos US$ 60 por tonelada, atualmente este valor fica entre US$ 90 e US$ 100.

Figliolino afirma que o preço das companhias na verdade não está alto. Na opinião dele, o valor antigo é que estava fora da realidade de mercado.

De acordo com dados da Job Economia, o preço do açúcar teve alta de 126% de janeiro a outubro deste ano. O etanol também está valorizado. No início da safra o preço pago ao produtor estava em média R$ 0,65 o litro, hoje o valor médio é de R$ 1,10.

O diretor da consultoria Canaplan, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, lembra que o valor da companhia está diretamente ligado à volatilidade das commodities.

Algumas usinas, como a São Martinho, alegam que o alto preço das plantas vem dificultando a consolidação do setor. Porém, na avaliação do presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, esta valorização não afetou os investimentos das empresas do Brasil e do exterior.

Jank lembrou o interesse de grupos estrangeiros do setor de petróleo, por exemplo, que vem investindo no etanol brasileiro.

De acordo com os empresários que participaram do evento no Clube da Cana, no auge da crise as usinas enfrentaram dificuldades em obter crédito, estavam trabalhando com capacidade baixa e muitas até pararam. Atualmente, o mercado está em recuperação com a alta dos preços do açúcar e do etanol. Por esse motivo, alguns usineiros já pensam em voltar a investir nos negócios no ano que vem.

É o caso de Luciano Sanches, dono de três usinas – duas no interior de São Paulo e outra em Goiás. O empresário afirma que trabalha atualmente com 80% da capacidade nas usinas. Com o mercado em alta,  ele pretende aumentar a área de plantio no ano que vem. Os analistas concordam: o cenário é de recuperação no setor para os próximos dois anos.

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