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 | 18/11/2009 18h58min

UNICA acredita em queda nos preços do etanol

Para ser mais vantajoso, combustível tem de custar na bomba até 70% do valor da gasolina

Atualizada às 20h22min Mariane De Luca | São Paulo

A União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA) acredita que os preços do etanol vão ser regulados pelo próprio consumidor. Segundo a entidade, a alta do combustível compromete sua competitividade em relação à gasolina e isso deve levar à redução na demanda pelo álcool nos próximos meses. O uso do combustível foi tema de um seminário nesta quarta, dia 18, em São Paulo.

Para ser mais vantajoso, o etanol tem de custar na bomba até 70% do valor da gasolina. Até setembro, esse diferencial de preço levava a grande maioria dos usuários de carros flex a preferir o combustível da cana. Mas o preço aumentou e hoje, de acordo com a UNICA, só em quatro Estados o etanol ainda está competitivo. Com isso, a preferência pelo produto caiu de 90% para 60% nas últimas semanas. O diretor técnico da UNICA, Antônio de Pádua Rodrigues, explica que o álcool está mais caro porque a chuva, em algumas regiões, reduziu a quantidade disponível no mercado. Mas ele acredita que o preço deve baixar.

Situação bem diferente é a do açúcar. Segundo a entidade, os preços subiram tanto que até influenciaram no valor de venda de usinas com dificuldades. E isso tem diminuído o ritmo de consolidação do setor.

Não é só a competitividade financeira que está na pauta de discussões do setor sucroalcoleiro atualmente. Líderes do setor tem se esforçado para mostrar, inclusive à classe política, outros aspectos de competitividade do etanol, como os benefícios ambientais e sociais. Com isso, a idéia é buscar cada vez mais políticas públicas que incentivem o uso deste combustível.

No seminário, em São Paulo, representantes do setor e parlamentares tiveram acesso a estudos sobre os benefícios do uso de energias limpas. Um dos trabalhos, feito pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) comparou a geração de empregos na produção de cana e etanol com a de petróleo e derivados. Segundo a pesquisa, o álcool gera 5,5 vezes mais empregos no Brasil.

– Se substituíssem 15% da gasolina usada no Brasil por etanol, seriam criados 117 mil empregos na economia brasileira – afirma a professora de economia da Esalq, Márcia Azanha.

A equipe da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) analisou a contribuição do etanol para o clima. De acordo com os pesquisadores, no Brasil, o combustível da cana-de-açúcar pode evitar a emissão de 90 milhões de toneladas de CO2 por ano.

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