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 | 21/10/2009 15h42min

Queda do dólar não resolve problema de exportadores, dizem especialistas

Evento promovido pelo Ministério do Desenvolvimento discute dificuldades para aumentar exportações brasileiras

Atualizada às 20h00min Mariane De Luca | São Paulo (SP)

Cobrar imposto sobre os investimentos estrangeiros a fim de frear a queda do dólar não resolve o problema das exportações. É o que dizem especialistas em comércio internacional que participaram nesta quarta, dia 21, da edição de número 137 do Encontro de Comércio Exterior (Encomex), em São Paulo.

O evento promovido pelo Ministério do Desenvolvimento já foi realizado em diversas regiões do país. No primeiro dia do encontro, foram discutidas as dificuldades para aumentar as exportações brasileiras.

Apesar da recuperação da economia e do início da retomada na demanda internacional, o resultado negativo em 2009, segundo o governo, já está definido. O Ministério do Desenvolvimento prevê que as vendas externas do Brasil fechem em US$ 158 bilhões, US$ 40 bilhões a menos do que no ano passado. Com o dólar desvalorizado, o impacto deve ser ainda maior.

Um dos setores afetados com o câmbio é a carne bovina. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Giannetti da Fonseca, afirma que para diminuir as perdas os frigoríficos já estão fechando novos contratos com valores mais altos em dólar. Outras medidas também estão sendo estudadas.

Uma das formas encontradas pelo governo para conter a queda do dólar foi a decisão tomada esta semana de cobrar 2% de imposto sobre os investimentos estrangeiros. Os especialistas elogiam a medida, mas acreditam que não vai ser suficiente.

Parece haver um consenso entre os especialistas em comércio exterior: mais do que tratar dos efeitos, é preciso resolver a causa do problema dos exportadores brasileiros. Nesse sentido, o câmbio seria somente um sintoma e a causa real do problema seriam questões como: logística, infra-estrutura, mas, principalmente, a carga tributária.

De acordo com o Departamento de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Brasil investe somente 3,6% do PIB em infraestrutura. Outro agravante é que 23% da receita dos exportadores são destinados ao pagamento de tributos.

Para a Agência Brasileira de Promoção de Exportações, é preciso fazer uma lição de casa ainda maior e preparar os empresários para lidar com o mercado internacional, mesmo em momentos difíceis.

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