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 | 07/10/2009 13h08min

MST desocupa fazenda produtora de laranja em Borebi (SP)

Reintegração de área à Cutrale foi determinada pela Justiça

Atualizada às 20h15min

Cerca de 250 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocuparam na manhã desta quarta, dia 7, a fazenda Santo Henrique, em Borebi, a 300 quilômetros da cidade de São Paulo, invadida pelo grupo no último dia 28. De acordo com a empresa Sucocítrico Cutrale, que ganhou na Justiça o direito de retomar a posse da área de 2,4 mil hectares, a saída foi pacífica.

A área invadida era ocupada por um milhão de pés de laranja, mas parte do plantio foi destruído pelos sem-terra. Conforme o diretor de relações trabalhistas da empresa, Carlos Otero, ainda está sendo feito o levantamento das perdas da lavoura e das demais instalações.

Por determinação do juiz Mário Ramos dos Santos, da 2ª Vara da Comarca de Lençóis Paulista, a desocupação deveria ocorrer em 24 horas após o recebimento do mandado judicial pelo MST. Esse prazo iria se esgotar no final da manhã desta quarta. Pouco antes o coordenador regional do MST, Paulo Beraldo, afirmou à Agência Brasil que não era intenção resistir, mas ganhar tempo na tentativa de obter no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a promessa de que uma outra área seria disponibilizada assentar os ocupantes.

– É lógico que não vamos colocar as nossas famílias em risco – respondeu ao ser perguntado se iriam deixar o local sem oferecer resistência.

Beraldo alertou, no entanto, que novas invasões vão ocorrer até que haja uma solução que atenda aos planos de assentamentos no interior paulista. Segundo a liderança, a maioria dos integrantes dessa ação na fazenda Santo Henrique é oriunda de sítios e áreas rurais na região, abrangendo os municípios de Agudos, Borebi e Avaré.
   
O coordenador do MST rebateu as críticas do Incra de que o ato de invasão e derrubada de árvores teria sido precipitado. Segundo ele, há pelo menos 7 anos o MST reivindica a posse do local para fins de reforma agrária, acusando a Cutrale de explorar ilegalmente uma terra que seria pertencente à União. De acordo com o Incra, há um processo em andamento na Justiça solicitando essa devolução.

Ao ser questionada sobre o conflito, a Cutrale disse que tem toda a documentação comprovando ser a verdadeira dona da terra. A empresa, que é a maior produtora nacional de suco de laranja, argumentou por meio de nota que a fazenda é produtiva e gera 300 empregos no local.

AGÊNCIA SAFRAS
 
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