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 | 06/10/2009 21h19min

MST afirma que derrubou lavoura de laranja para denunciar grilagem

Fazenda está localizada a 300 quilômetros da capital paulista e foi tomada por cerca de 350 famílias no último dia 27

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirmou nesta terça, dia 6, por meio de nota, que derrubou parte da lavoura de laranja da empresa Cutrale, em Borebi (SP), para denunciar a suposta grilagem de terras públicas.

— A produtividade da área não pode esconder que a Cutrale grilou terras públicas, que estão sendo utilizadas de forma ilegal, sendo que, neste caso, a laranja é o símbolo da irregularidade. A derrubada dos pés de laranja pretende questionar a grilagem de terras públicas — diz o documento.

A fazenda, localizada a 300 quilômetros da capital paulista, foi tomada por cerca de 350 famílias, no último dia 27. O MST também acusa a Cutrale de formação de cartel na produção de sucos e de despejos de esgotos sem tratamento em diversos rios da região.

— A empresa também já foi autuada inúmeras vezes por causar impactos ao ecossistema, poluindo o meio ambiente ao despejar esgoto sem tratamento em diversos rios. No entanto, nenhuma atitude foi tomada em relação a esta questão — afirma a nota.

Apesar de o movimento ter recebido um aviso de liminar da Justiça para a desocupação da área, as famílias pretendem permanecer na fazenda até que seja marcada uma reunião com o superintendente do Incra. No encontro, o movimento deverá exigir que as terras griladas sejam destinadas para a Reforma Agrária.

O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbar, condenou a invasão da fazenda.

— Este tipo de ação não contribui para a resolução dos conflitos fundiários e para o avanço da reforma agrária no país — concluiu Hackbar.

AGÊNCIA BRASIL
 
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