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 | 30/07/2009 09h01min

Bottero abre 400 vagas de trabalho no Rio Grande do Sul

Na mesma cidade gaúcha de Parobé, onde ocorreram 600 demissões na semana passada, fábrica inicia contratação

Ainda sem absorver o baque das 600 demissões anunciadas pela Vulcabras/Azaleia há uma semana, a cidade de Parobé, no Rio Grande do Sul, começa a respirar aliviada. Um carro de som percorre as ruas noticiando que a Bottero – fabricante de calçados femininos em couro – está abrindo 400 novas vagas de emprego.

Foram os resultados positivos da última feira nacional, a Francal, que fizeram a direção da empresa colocar em prática um projeto de ampliação da produção para o segundo semestre. Juntamente com as novas contratações, a empresa projeta aumentar em 20% a produção, elevando de 23 mil pares produzidos por dia no primeiro semestre para 27 mil diários.

– Vai resultar em produção de 4,5 milhões de pares neste ano. Isso porque tivemos a confirmação de uma boa aceitação da nova coleção primavera/verão e, consequentemente, aumento de pedidos – comemora o gerente administrativo-financeiro da Bottero, Marco Antônio Coutinho.

Pelo menos 70 das 400 vagas no setor de corte, costura e montagem foram preenchidas esta semana. Os postos podem ser, inclusive, uma oportunidade para os dispensados da Vulcabras/Azaleia, mas o presidente do Sindicato dos Sapateiros de Parobé, João Pires, é cauteloso.

– Esses trabalhadores têm de ficar atentos ao nível do salário que eles conquistaram em 20 e 30 anos de Azaleia e se vão consegui mantê-los. Andam dizendo que estas 600 pessoas já têm lugar para trabalhar, mas não é tão simples assim. De qualquer forma, sabemos que a Bottero tem realmente investido em infraestrutura e contratação, o que é bom para Parobé – considera Pires.

Fundada em 1985, a Bottero destina 85% da produção para o mercado interno e outros 15% para o mercado externo. Com as novas contratações deverá alcançar o número de 2 mil trabalhadores.

Enquanto a Bottero não preenche todas as vagas, começou ontem o processo de rescisão de contrato dos 600 funcionários dispensados pela Vulcabras/Azaleia. A direção do Sindicato dos Sapateiros de Parobé precisou ocupar uma ala especial do prédio para reunir os 90 trabalhadores em um mesmo ambiente. Hoje e amanhã mais 200 ex-funcionários devem passar pelo mesmo processo. Na próxima semana, o restante dos 600.

Demitida da Azaleia já tem emprego em vista

Na fila para assinar a documentação, Elair dos Santos, 35 anos, estava acompanhado do filho, Lucas Henrique da Silva, nove anos. Curioso, o menino não entendia a emoção da mãe na hora de assinar a documentação no sindicato onde havia muita gente com o mesmo olhar cabisbaixo, trocando sorrisos nervosos.

– Pequeno, ele está vendo como é a vida real – avalia Elair, que completou três anos na Azaleia e já tem um novo emprego em vista.

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