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 | 30/06/2009 18h35min

Acordo prevê melhores condições de trabalho nos canaviais

Segundo sindicatos de trabalhadores, em diversos locais as leis trabalhistas não estavam sendo cumpridas

Atualizada em 30/06/2009 às 20h58min Mariane De Luca | Piracicaba (SP)

Um acordo que prevê melhores condições de trabalho nos canaviais deve melhorar a imagem do etanol brasileiro no exterior. É o que esperam os representantes do setor. Leis trabalhistas já garantiam direitos aos cortadores de cana, mas, segundo sindicatos de trabalhadores, em diversos locais não estavam sendo cumpridas.

Depois de onze meses de discussões, governo, usineiros e sindicatos de trabalhadores assinaram na última quinta, dia 25, um documento no qual se comprometem a tomar diversas medidas para melhorar as condições dos mais de um milhão 260 mil empregados do setor sucroalcoleiro do país.

Com o compromisso, todos os cortadores de cana terão que ser registrados em carteira e contratados diretamente pelo fornecedor. Além disso, a quantidade de cana que cada um corta por dia será melhor monitorada e, em consequência, os cortadores vão ser remunerados de forma mais correta. O compromisso ainda prevê uma série de melhorias em relação a alojamento, alimentação, saúde e segurança dos trabalhadores. As ações vão ter que ser tomadas principalmente pelos empresários, mas o governo e os sindicatos também têm um papel muito importante.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Piracicaba, um dos pólos sucroalcoleiros do centro-sul do Brasil, reúne mais de duas mil pessoas que trabalham no setor. A presidente da entidade, Aparecida Pino Camargo, considera o acordo um avanço e diz que a entidade vai fiscalizar para que ele seja cumprido.

O compromisso prevê que o governo promova a qualificação dos cortadores de cana para que eles sejam reinseridos no mercado de trabalho. Do lado dos fornecedores, o acordo também tem sido visto com bons olhos. Só na Coplacana, cooperativa de Piracicaba, uma das maiores do país, são 8,5 mil associados e uma produção de 10 milhões de toneladas de cana. O presidente da associação, José Coral, garante que algumas das medidas previstas no compromisso, como a contratação direta e o registro em carteira, já eram tomadas na região. Coral ressalta que, se o acordo for cumprido, o Brasil assume um patamar ainda melhor no mercado mundial de etanol.

A adesão ao acordo é voluntária. Mais de 75% das usinas brasileiras já aderiram. O documento tem validade de dois anos e pode ser prorrogado.

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