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 | 11/06/2009 09h45min

Stephanes acredita que não haverá necessidade de importar trigo este ano

Ministro garante estoque até o começo da colheita, em 90 dias

Ao contrário do que afirmam os moinhos brasileiros, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse nessa quarta, dia 10, que o volume de trigo estocado no país é suficiente para suprir as necessidades da população até o início do plantio e que "não haverá necessidade de importar este ano".

– Temos trigo em estoque para pelo menos de 90 a 120 dias. É importante citar que, dentro de 90, dias começa a nossa colheita, ou seja, temos trigo suficiente para atender as nossas necessidades até seu início – disse Stephanes, na primeira entrevista concedida depois de voltar de uma missão de uma semana na Rússia.

Segundo ele, com a produção que chegará, não deve haver necessidade de importar o cereal este ano.

A partir do início da colheita, o ministro considera que deve ser avaliada qual será a produção argentina, para então decidir se, e em que quantidade, o Brasil precisará importar de outros países. Representantes da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), que descordam dos números nos quais o ministro se baseia para fazer a afirmação, já foram chamados para uma conversa.

A discussão em torno da necessidade ou de comprar trigo fora do país se dá porque são cobrados 10% de Tarifa Externa Comum (TEC) sobre o trigo comprado fora do Mercosul. Como a Argentina teve forte queda na produção do cereal, a indústria cobra do governo a isenção da TEC.

A Rússia, país onde o ministro passou uma semana, já se candidatou a exportar trigo para o país e avaliações técnicas foram realizadas. O governo brasileiro tem interesse em incentivar os importadores do país a negociar trigo com os russos, porque espera que, assim, o país asiático amplie as cotas que limitam as exportações de carnes para lá.

Entretanto, Stephanes disse que a isenção da TEC só ocorrerá se realmente houver necessidade para suprir o mercado interno.

– Queremos evitar o que aconteceu no ano passado, quando se abriu o mercado para a importação e não se conseguiu preço adequado para a produção nacional – ressaltou.

AGÊNCIA BRASIL
 
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