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 | 08/06/2009 19h49min

Integração agropecuária e florestas deve fazer parte de planejamento para setor agrícola

Manejo melhora imagem do Brasil no Exterior, diz Embrapa

Atualizada em 08/06/2009 às 20h53min Daniela Castro | Ipameri (GO)

Sem abandonar o terno e a gravata, o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, foi até Ipameri, no Sudeste de Goiás, para conhecer um modelo de integração lavoura, pecuária e floresta. Segundo a Embrapa, além de melhorar a imagem do Brasil lá fora, esse tipo de manejo representa a agropecuária do futuro, porque mantém as árvores em pé.

A fazenda que usa o modelo é a da produtora rural Marise Porto. Quando ficou viúva, ela não sabia o que fazer com a propriedade. Voltada para recria e engorda de gado, a propriedade tinha 800 hectares de pasto degradado e estava subaproveitada. A saída que Marise encontrou foi pedir auxílio técnico da Embrapa para a implantação do sistema integrado de culturas. A novidade começou a ser implantada na fazenda há mais de dois anos.

— É simples você planta o grão e, junto com o grão, planta o capim. Aí você colhe o grão e faz o dinheiro. O capim entrou de graça — explicou a produtora.

O consórcio de culturas tem dado tão certo nessa região que, em apenas uma área onde há a integração de milho e capim, a produtividade é de 150 sacas de milho por hectare, o dobro da média nacional.

De acordo com a Embrapa além da propriedade de Marise, outras 100 fazendas no Brasil também utilizam o sistema de integração lavoura, pecuária e floresta. Para o técnico da Embrapa Luiz Carlos Balbino, o modelo que mantém árvores em pé utilizando apenas áreas degradadas é ambientalmente correto.

— Normalmente se tem a visão de que o Brasil é o país que desmata a Amazônia, que produz soja e gado na Amazônia, porque ele precisa daquela área. Na verdade, o Brasil não precisa da área da Amazônia para produzir. Com a integração lavoura-pecuária-floresta, nós podemos colocar no sistema produtivo 50 milhões de hectares sem derrubar uma só árvore — declarou Balbino.

Os pesquisadores afirmam que os 185 milhões de hectares de áreas de pastagem no Brasil poderiam ser mais bem aproveitados. Caso esse sistema de integração pecuária-floresta fosse utilizado em apenas 50 milhões de hectares, a produção de grãos no país poderia triplicar.

O ministro gostou do que ouviu e promete ser um defensor desse modelo. Nos próximos dias, ele pretende encaminhar ao presidente Lula, um plano estratégico para o setor, que está sendo elaborado em conjunto com o ministério da Agricultura. Segundo Mangabeira Unger, o sistema de integração de atividades agrícolas deve fazer parte do projeto, que vai traçar planos para a atividade rural a longo prazo.

— Isto aqui é uma grande iniciativa física, mas é uma iniciativa física que só alcançará o seu pleno efeito transformador quando combinada com inovações institucionais — declarou o ministro de Assuntos Estratégicos.

A equipe do Canal Rural foi conhecer o modelo bem-sucedido de integração lavoura, pecuária e floresta a convite da Secretaria de Assuntos Estratégicos.

 
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