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 | 05/06/2009 11h36min

Fusão entre Sadia e Perdigão leva inquietação aos aviários

Dúvida é se negócio trará benefícios ou prejuízos aos produtores integrados

Sentimentos contraditórios têm tirado o sono de avicultores gaúchos desde a fusão das empresas Sadia e Perdigão, que deu origem à gigante Brasil Foods. Muitos demonstram receio e desconfiança pelo que está por vir. Outros tentam renovar a esperança pela melhoria nas condições de trabalho e remuneração. Na ponta da cadeia, os avicultores aguardam com expectativa os novos rumos que se desenham para o setor.

Com a crise, na propriedade de Marcelo Foltz, integrado à Sadia, em Santa Clara do Sul, a criação de seis lotes anuais (cada uma com 15 mil aves) diminuiu para quatro em 2009. Na prática, a mudança assustou: são apenas 60 mil frangos para quem costumava criar 90 mil todos os anos, perda de 30% a 40% na renda total da família.

A apreensão dos Foltz, no entanto, aumentou ainda mais nas últimas semanas, com o anúncio da união das duas rivais. Apesar da incerteza, Foltz e os demais avicultores do Vale do Taquari não conseguem esconder uma pontinha de esperança por dias melhores, principalmente no que se refere a retorno financeiro.

Na última terça-feira, uma reunião organizada pela própria Sadia acalmou os nervos dos agricultores e mostrou o quanto à direção está otimista com a fusão.

Segundo a empresa, nada vai mudar nos próximos meses.

– Eles afirmam que é para ficarmos tranquilos. Temos muita fé. Vamos esperar e, se as coisas piorarem, iremos unir forças para defender o nosso lado – comenta Foltz.

Para quem chefia uma das principais entidades do setor, o poder de barganha da Brasil Foods no Exterior é a senha para que a avicultura brasileira reforce sua musculatura na disputa no mercado de carne de frango. E mais: resulte em maior produção e consequente aumento de renda de quem produz.

– É importante que o setor esteja fortalecido pois o avicultor também se beneficia já que o cenário é positivo – explicou Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef).

Marco Antônio Montoya, doutor em economia e professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) tem uma posição diferente. Na sua avaliação, a criação de uma grande empresa no ramo gera uma concentração de mercado que pode não ser traduzida em benefícios para quem está na ponta da cadeia. Para o professor, há risco de que os lucros com o fortalecimento das marcas não sejam repartidos com toda a cadeia.

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