| 28/05/2009 04h04min
A obstrução anunciada pela oposição por causa da disputa pelo comando da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras conseguiu impedir, na noite de ontem (27), no plenário do Senado, a votação da Medida Provisória 452 que, entre outros pontos, cria o Fundo Soberano do Brasil (FSB). O resultado foi uma derrota para o governo, pois a MP perde a validade na próxima segunda-feira (1º).
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), minimizou a derrota e afirmou que o governo poderá reeditar a matéria dando outra roupagem ao FSB.
— Não conseguimos quórum agora, no final da noite, para votação, amanhã (28) tentaremos um acordo de líderes para votação simbólica e segunda-feira ela perde a validade. O governo, com os mecanismos necessários e urgentes, fará uma reedição da medida provisória com outra construção política. O Fundo Soberano poderá ser reeditado. Já havia conversado com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a equipe do ministério já está
trabalhando nesta questão — disse
Jucá.
Além do Fundo Soberano, a não votação da MP também prejudica a atualização de leis que tratam de questões ambientais, como o fim das licenças para obras em rodovias.
No anúncio da abertura das discussões sobre a MP 452, os líderes da oposição anunciaram a obstrução e pediram verificação de quórum. Como não havia mais de 31 senadores, a sessão teve de ser encerrado. Para o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), a base de sustentação do governo está sem articulação:
— O governo está desarticulado. O governo que numa quarta-feira não coloca a maioria em plenário, é porque alguma coisa está acontecendo e ele não se entende entre si.
Para o senador do DEM, mesmo que o governo edite uma nova MP, o processo de ontem causou desgaste.
— É desgastante sim. Porque (mesmo que seja reeditada outra MP) é um processo que se reinicia e que poderá acarretar uma nova frustração como esta. A tendência, a partir de agora, é a
desarrumação dessa base, disse.
Mesmo não
conseguindo votar a MP 452, os líderes governistas conseguiram aprovar três MPs. Uma que eleva o valor do salário mínimo para R$ 465, a que amplia a merenda escolar aos alunos da educação básica e a que autoriza a transferências de R$ 100 bilhões de recursos do Tesouro Nacional para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).
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