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 | 23/05/2009 14h49min

Simon responsabiliza Tarso por vazamento de gravações da PF

Diálogo entre assessora de Yeda Crusius e indiciada em operação é considerado suspeito

O senador Pedro Simon responsabilizou neste sábado o ministro da Justiça, Tarso Genro, ao qual a Polícia Federal (PF) está subordinada, pelo vazamento de gravações feitas pelo órgão. Neste sábado foram revelados diálogos entre Walna Villarins Meneses, assessora da governadora Yeda Crusius, e a indiciada na Operação Solidária Neide Bernardes. No inquérito, Walna e Neide falam sobre "flores", "arranjo", "bonsai" e "projeto de jardim" — expressões que a PF considera serem códigos para dinheiro. A revelação das gravações foi feita por Zero Hora na edição deste sábado.

Simon disse que as ações do órgão estariam causando "uma confusão". Lembrou que o petista é candidato ao governo do Estado em 2010 e perguntou por que informações contra o governo estão surgindo neste momento.

— O chefe da PF é o ministro Tarso, que é candidato ao Piratini. Isso está causando uma confusão, que não se sabe até que ponto é ou não é. Por que essas coisas, que já existiam, não apareceram há mais tempo? — questionou Simon, em entrevista à Rádio Gaúcha.

A Operação Solidária investiga suspeitas de irregularidades em licitações de obras de infraestrutura.

Requerimento para CPI

Reunida em encontro estadual na manhã deste sábado, na Assembleia Legislativa, a cúpula do PMDB gaúcho disse que os diálogos captados pela Polícia Federal (PF) não afastarão o partido do governo do Estado. A cúpula do PMDB também está decidida a manter a posição de não assinar o requerimento de CPI feito pela oposição para investigar suspeitas de irregularidades no Piratini.

O pedido já tem 17 das 19 assinaturas exigidas para criação da comissão, mas nenhuma de deputados do PMDB, que somam nove parlamentares. Dois integrantes da bancada estão entre os alvos da Operação Solidária da PF: Alceu Moreira e Marco Alba (licenciado para comandar a Secretaria Estadual de Habitação).

Desde que a proposta de CPI começou a circular na Assembleia, os deputados Nélson Härter e Alexandre Postal foram os únicos do PMDB a considerar a possibilidade de apoiar o pedido, desde que fossem apresentados fatos novos em relação ao governo.

Simon se declarou, porém, a favor de uma CPI para investigar operações contábeis da Petrobras que permitiram a redução de impostos pagos pela estatal. A CPI mista, proposta pelo PSDB, deve ser instalada nos próximos dias no Congresso.

Foco em órgãos do RS

Em 2007, pouco depois da deflagração da Operação Rodin, da PF, Yeda já tinha estranhado o foco da PF em órgãos estaduais. Em meio a um encontro regional do PT em Palmeira das Missões, no norte do Estado, Tarso declarou que pretendia tomar conhecimento do conteúdo das declarações de Simon antes de fazer qualquer comentário sobre o assunto.

No entanto, em tom irônico, o ministro afirmou que "algumas coisas" nem merecem resposta. Simon desafiou a Procuradoria-Geral da República a mostrar as supostas fitas que conteriam flagrantes de negociação de dinheiro e caixa 2 entre integrantes do governo.

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