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 | 21/04/2009 16h42min

Secretário do Tesouro dos EUA defende resgate bancário no país

Há suspeita de desvio de fundos do plano de ajuda e previsões de perdas milionárias no setor

O secretário do Tesouro dos EUA, Tim Geithner, defendeu nesta terça-feira o resgate do setor bancário do país, em meio a advertências sobre um possível desvio de fundos do plano de ajuda e previsões de perdas multimilionárias no setor.

Geithner, que testemunhou hoje perante o Congresso americano, respondeu a um grande número de perguntas sobre o programa público-privado promovido pela Casa Branca para sanear os balanços bancários de ativos tóxicos.

O programa utiliza fundos do plano de resgate de US$ 700 bilhões conhecido como Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês), aprovado no final do ano passado pelo governo americano, ainda sob a gestão de George W. Bush.

O secretário do tesouro disse que o programa tem um "equilíbrio desejado" ao permitir que os contribuintes compartilhem o risco com o setor privado.

Ele reconheceu que é difícil fixar um preço para esses ativos e que esse obstáculo torna mais complicado para os bancos pegar dinheiro emprestado.

Geithner disse crer, entretanto, que a presença do setor privado produz a concorrência necessária para fixar preços de mercado a esses ativos.

— Se fosse só o governo, ele assumiria o total das perdas e se arriscaria a pagar demais — afirmou.

— Se simplesmente esperássemos que os bancos se livrassem desses ativos prolongaríamos a crise econômica, o que, com o tempo, se tornaria mais custoso para os contribuintes — acrescentou.

No entanto, Neil Barofsky, inspetor-geral do Tarp, disse hoje que o plano do Departamento do Tesouro para eliminar os ativos tóxicos dos bancos é passível de fraudes e abusos.

Ele ressaltou ainda que são necessárias regras mais estritas contra possíveis conflitos de interesse.

Segundo Barofsky, os subsídios aos investimentos público-privados para a aquisição de ativos tóxicos poderia causar perdas maiores aos contribuintes americanos, sem que eles tivessem benefícios potenciais.

O relatório de Barofsky indica que seu escritório abriu 20 investigações preliminares associadas ao programa de resgate de US$ 700 bilhões.

As investigações vão de fraude nos investimentos do programa Tarp a uso de informação privilegiada e corrupção pública, embora nenhum caso específico tenha sido divulgado.

O escritório do inspetor-geral realiza seis auditorias, uma delas sobre o recente pagamento de bonificações aos empregados da seguradora American International Group (AIG).

O relatório assinala que o Tesouro comprometeu US$ 590,4 bilhões dos US$ 700 bilhões até 31 de março.

Ele também indica que, com o acréscimo dos fundos comprometidos pelo Federal Reserve (Fed) e das garantias de ativos, a conta do Tarp para os contribuintes pode chegar a US$ 2,9 trilhões.

O testemunho de Geithner coincide com a publicação de um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) que eleva a US$ 2,7 trilhões as perdas dos bancos dos EUA entre 2007 e 2010, US$ 500 bilhões a mais do que o estimado em janeiro.

Além disso, o Tesouro indicou hoje que tem ainda US$ 109,6 bilhões dos US$ 700 bilhões aprovados em outubro pelo Congresso para o resgate do sistema financeiro.

"O Tesouro calcula que o uso total dos programas anunciados sob a administração anterior será de US$ 355,4 bilhões", disse Geithner em carta enviada a Elizabeth Warren, presidente de um comitê de supervisão do pacote de resgate designado pelo Congresso.

O Tesouro espera que no próximo ano as instituições financeiras dos EUA devolvam cerca de US$ 25 bilhões da ajuda recebida, o que aumentaria os fundos disponíveis a US$ 134,6 bilhões.

EFE
 
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