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 | 17/04/2009 14h11min

Lula viaja para Trinidad e Tobago, após defender América Latina perante Obama

Presidente deve pedir ao colega americano novos gestos de abertura em relação a Cuba

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou hoje para Trinidad e Tobago para participar da 5ª Cúpula das Américas. O chefe de Estado, que entrou no avião oficial da Presidência na base aérea de Brasília, tem chegada prevista a Port of Spain para as 14h (15h de Brasília), onde participará da cerimônia inaugural da cúpula.

Lula viajou a Trinidad e Tobago após a conversa por telefone de 15 minutos que teve na quinta-feira com Obama para afinar os assuntos que abordarão na Cúpula das Américas. Lula relatou que aproveitou essa conversa para pedir a Obama uma nova visão em relação à América Latina, que se baseie mais na cooperação para o desenvolvimento econômico da região:

— Os Estados Unidos precisam ter um olhar para a América Latina que pense no desenvolvimento, no avanço tecnológico, em uma sociedade melhor. Acho que podemos conseguir isso porque Obama tem todas as possibilidades de investir na relação política entre Estados Unidos e América Latina. Vou dizer amanhã (a Obama) que é necessário uma mudança na visão que os Estados Unidos têm da política latino-americana, porque não temos mais Guerra Fria nem luta armada.

Segundo Lula, o único grupo na América Latina que ainda defende a chegada ao poder pelas armas são as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), já que muitos dos que defendiam a luta armada em décadas passadas chegaram ao poder pelo voto popular.

De acordo com fontes oficiais brasileiras, Lula também aproveitará a cúpula para pedir a Obama novos gestos de abertura em relação a Cuba, após as medidas anunciadas nos últimos dias pelos EUA para levantar as restrições ao envio de remessas e às viagens de cubano-americanos ao país caribenho.

Algumas versões da imprensa indicam que Lula sugeriu a Obama que designe um representante especial para dialogar diretamente com as autoridades de Havana, tal como o fez para o Oriente Médio. Em várias oportunidades, o presidente brasileiro questionou o embargo a Cuba e alegou que já não existem mais razões políticas nem econômicas que o justifiquem.


As discussões centrais
CUBA
O presidente cubano não estará presente na reunião – o país é o único que não integra a Organização dos Estados Americanos (OEA). Nem por isso, deixará de entrar na pauta. Aliás, a situação de Cuba, que desde 1962 sofre um embargo comercial americano, deverá aparecer no discurso de muitos governantes latino-americanos – que já haviam pedido a Obama uma suavização das medidas em relação à ilha.
RELAÇÕES VENEZUELA / EUA
A Venezuela fornece cerca de 10% do petróleo importado pelos Estados Unidos. Ainda assim, os dois países viveram uma guerra de palavras durante o governo de George W. Bush, a quem o venezuelano Hugo Chávez se referiu como “diabo” em um discurso nas Nações Unidas. Sobre o atual presidente americano, Barack Obama, foi sucinto. “Ele é o líder do seu país e será um dos muitos que terei a oportunidade de conhecer”, afirmou.
CRISE ECONÔMICA
A crise econômica será o principal tema em discussão. Além de avaliar o seu impacto, os países também deverão definir medidas que podem ajudar a minimizar os efeitos da turbulência financeira. Diante da atual situação econômica dos EUA – nação onde a crise teve origem –, muitos países não estão dispostos a ouvir sermões dos americanos sobre como devem se comportar daqui para frente.

EFE
Jorge Nuñez, EFE / 

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Foto:  Jorge Nuñez, EFE


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