| 17/04/2009 04h39min
A 5ª Cúpula das Américas, que de hoje até domingo movimentará a nação caribenha de Trinidad e Tobago, reunirá líderes de 34 (veja bandeiras) dos 35 países do continente – a exceção é Cuba. Mas é em um líder em particular que todos estarão de olho. O presidente dos EUA, Barack Obama, fará sua primeira participação no encontro e terá a oportunidade de mostrar aos colegas latino-americanos que, mais do que carisma, tem propostas concretas para beneficiar a região.
Uma das principais expectativas diz respeito justamente à situação do único país a não participar da reunião, Cuba. Desde 1962, a ilha sofre um embargo dos EUA. No início da semana, Obama suspendeu restrições às viagens de cubano-americanos à ilha e às remessas de dinheiro. Agora, dirigentes da região devem pressioná-lo para que as mudanças avancem – há quem defenda o retorno de Cuba à Organização dos Estados Americanos (OEA), da qual também foi suspenso em 1962.
Ontem, em uma entrevista à CNN em espanhol, Obama
falou sobre Cuba. Ele
pediu a libertação de prisioneiros políticos e a concessão do direito de liberdade de expressão para “vislumbrar um degelo maior nas relações entre os dois países”.
– Não espero que Cuba implore. O que queremos é algum sinal de que haverá mudanças na forma como o país funciona – completou.
Além da questão cubana, o presidente dos EUA terá outros desafios no encontro. Pela primeira vez, vai ficar cara a cara com o venezuelano Hugo Chávez e o boliviano Evo Morales, dois presidentes com um currículo de polêmicas e que, recentemente, expulsaram embaixadores americanos de seus países.
Para abrandar possíveis tensões, os EUA contarão com um interlocutor de peso: o presidente brasileiro. Ontem, Luiz Inácio Lula da Silva conversou com Obama durante 15 minutos, por telefone. A iniciativa foi do brasileiro. Os dois falaram sobre Cuba, a crise econômica, o impacto na América Latina e o que pode ser feito para diminuir seus efeitos. À CNN, o americano ressaltou o
papel do Brasil, como “uma potência
econômica e uma peça-chave no cenário internacional”.
As discussões centrais |
CUBA |
O presidente cubano não estará presente na reunião – o país é o único que não integra a Organização dos Estados Americanos (OEA). Nem por isso, deixará de entrar na pauta. Aliás, a situação de Cuba, que desde 1962 sofre um embargo comercial americano, deverá aparecer no discurso de muitos governantes latino-americanos – que já haviam pedido a Obama uma suavização das medidas em relação à ilha. |
RELAÇÕES VENEZUELAEUA |
A Venezuela fornece cerca de 10% do petróleo importado pelos Estados Unidos. Ainda assim, os dois países viveram uma guerra de palavras durante o governo de George W. Bush, a quem o venezuelano Hugo Chávez se referiu como “diabo” em um discurso nas Nações Unidas. Sobre o atual presidente americano, Barack Obama, foi sucinto. “Ele é o líder do seu país e será um dos muitos que terei a oportunidade de conhecer”, afirmou. |
CRISE ECONÔMICA |
A crise econômica será o principal tema em discussão. Além de avaliar o seu impacto, os países também deverão definir medidas que podem ajudar a minimizar os efeitos da turbulência financeira. Diante da atual situação econômica dos EUA – nação onde a crise teve origem –, muitos países não estão dispostos a ouvir sermões dos americanos sobre como devem se comportar daqui para frente. |
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