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 | 31/03/2009 13h52min

Pesquisa: de 171 empresas, 20% planejam demitir este ano

Corte médio previsto vai de 10% a 20% dos empregados

Um levantamento da consultoria de recursos humanos Mercer, divulgado nesta terça-feira, revelou que 20% das 171 empresas consultadas pretendem reduzir o quadro de funcionários até o fim do ano. O corte médio previsto vai de 10% a 20% dos empregados.

A divulgação foi feita um dia após o governo anunciar a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos e o corte de tributos de motocicletas e construção civil, na tentativa de manter empregos.

Conforme a pesquisa Gerenciamento do Capital Humano e a Crise Global, em um período de apenas quatro meses 25% das empresas sondadas anunciaram demissões — que vão de 10% a 25%, em média, do quadro de trabalhadores. De acordo com o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Mercer, Marcelo Ferrari, o resultado da sondagem está alinhado com o aumento nos índices de desemprego no Brasil. A boa notícia é que as empresas que demitiram não devem anunciar novas dispensas.

— O bom você faz aos pouquinhos, o mal você faz de uma vez. Se as pessoas esperam uma demissão por mês, a empresa para — explicou Ferrari.

Segundo o estudo, 45% das empresas atingiram em 2008 os resultados financeiros esperados, com desempenho de 96% a 105% do previsto. Outras 15% tiveram performance abaixo de 80% do esperado, enquanto 15% conseguiram uma atuação de 106% a 120% maior do que a prevista. Além disso, 10% das empresas obtiveram desempenho de 81% a 95% do desejado e outras 10% tiveram performance de 121% do calculado.

As expectativas para 2009 revelaram certa deterioração: 40% das empresas preveem um resultado de 96% a 105% do previsto; 25% esperam atingir de 81% a 95%; 20% aguardam um resultado abaixo de 80% do esperado; e 15% calculam um resultado financeiro de 106% a 120% do previsto.

— Ninguém se atreveu a prever um resultado superior a 121% do previsto neste ano — ressaltou Ferrari.

O diretor da Mercer destacou que, com a crise, a pressão dos sindicatos sobre os salários deve diminuir ante o desafio de manter os empregos.

Salários

Para este ano, a estimativa de evolução dos salários está entre 5% e 6,5%, contra um aumento de 7% a 8,5% em 2008.

— Dificilmente a gente vai ver acordo coletivo neste ano acima da inflação — apontou Ferrari.

A pesquisa mostrou que 30% das empresas decidiram reduzir o reajuste salarial previsto no orçamento para este ano, que normalmente foi elaborado antes da crise. Esta redução variou de 15% a 50%. Para Ferrari, o fundo do poço parece estar perto.

— Mas 2009 já está comprometido — destacou.

Ele explicou que, se a situação econômica melhorar agora, as empresas ainda devem demorar aproximadamente seis meses para retomar os planos de investimento e pensar em concessão de benefícios e reajustes salariais.

— Mas as empresas reagiram bem. O que tem sido feito é para garantir a saúde das empresas. Você não vê nenhuma grande empresa quebrando no Brasil — concluiu o diretor.

Agência Estado
 
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