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 | 02/02/2009 09h42min

Namorada seria origem da briga entre Battisti e seu delator

Em sua autobiografia, italiano expõe sua participação no grupo de esquerda Proletários Armados pelo Comunismo

Um caso à la Jules e Jim , o célebre filme de François Truffaut que mostra a paixão de dois amigos pela mesma mulher. Assim foi o início da relação entre o extremista italiano Cesare Battisti e Pietro Mutti, seu principal delator.

Em sua autobiografia Minha Fuga Sem Fim , publicada em 2007 pela Martins Fontes, Battisti conta detalhes de sua amizade com Mutti, a quem chama de "carrasco" e com quem teria dividido uma namorada.

No livro, lançado na França em 2006, Battisti expõe sua participação no grupo de esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), o exílio em Paris e a fuga para o Brasil, durante a qual teria usado disfarces. Em toda a narrativa, Battisti nega ter cometido os quatro assassinatos de que é acusado. Sugere que a inimizade com Mutti nasceu por causa de uma mulher.

"Passamos a partilhar as noitadas no bar, mas também, às vezes, a mesma cama e a mesma garota. O vinho abolia minhas reticências e a cama era suficientemente grande para três. Ela era a mulher dele." Mutti é personagem-chave do "drama": "Esse homem, que foi meu companheiro e se tornou meu carrasco, esse homem cujo falso testemunho, prestado em minha ausência, custou-me pena de prisão perpétua."

Os dois se conheceram nos anos 70, enquanto militavam na Itália. Battisti conta como foi parar no PAC e relata a sua decisão de abandonar a organização em 1978, quando ocorreu o primeiro assassinato do qual é acusado. "Naquele momento resolvi virar a página e renunciar definitivamente à luta armada." Battisti abriu então uma garrafa de vinho branco e informou sua decisão a Mutti, que não a teria recebido bem.

Em 13 de janeiro, o governo brasileiro anunciou a decisão de dar o refúgio político a Battisti, o que suspende o processo de extradição movido pela Itália contra o extremista no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em reposta, o governo italiano chamou para consultas o seu embaixador no Brasil, Michele Valensise, enquanto espera que o STF se pronuncie sobre o status de refugiado político concedido a Battisti. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .

Agência Estado
 
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