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 | 01/02/2009 20h52min

Exército quase impede soltura de reféns na Colômbia, diz membro de missão

Governo nega acusações e diz que jornalista o protocolo internacional

A operação para a entrega dos quatro reféns que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) libertou neste domingo atrasou e esteve a ponto de ser abortada, dado o "constante acompanhamento" das Forças Armadas colombianas, disse ao canal Telesur o jornalista colombiano Jorge Botero.

Botero, integrante da missão humanitária encarregada de resgatar os reféns — que até agora não chegaram a Villavicencio, a 120 quilômetros de Bogotá —, declarou que os três policiais e o soldado libertados foram entregues à comitiva às 15h locais (18h de Brasília). Ainda segundo ele, pode ter havido uma baixa entre os guerrilheiros.

O jornalista, integrante do grupo Colombianos pela Paz, que intermediou todo o processo, disse que a atuação dos militares colombianos lhe causou "assombro e indignação", e que a missão tem um vídeo que prova a veracidade de suas denúncias.

— Vamos divulgar publicamente essas gravações que estão em nosso poder, nas quais se detecta com clareza o acompanhamento que (os militares) estavam fazendo do helicóptero que estava nos transportando e das coordenadas que seguíamos — disse Botero.

Também em declarações a Telesur, um comandante das Farc identificado como Jairo Martínez disse que se a operação não terminou às 8h (12h de Brasília), como estava previsto, foi devido ao assédio dos militares.

Segundo o líder guerrilheiro, durante a operação de entrega houve trocas de tiros.

— Nós perdemos um guerrilheiro, de nome Saúl, e o Exército sumiu com outro, que fazia a guarda dos prisioneiros de guerra — ressaltou o rebelde à Telesur.

Contraponto

O comissário de Paz e representante do governo colombiano, Luis Carlos Restrepo, negou que o Exército tenha seguido a missão humanitária. O representante do governo também acusou o jornalista Jorge Enrique Botero, membro da missão humanitária a cargo do resgate, de ter violado o protocolo internacional ao divulgar essas informações a Telesur.

Em Villavicencio, onde os três policiais e o soldado soltos neste domingo devem chegar a qualquer momento, Restrepo disse aos jornalistas que as operações militares na região foram suspensas para facilitar a entrega dos reféns. Além disso, afirmou que as informações divulgadas pelo canal Telesur são "falsas".

— Lamentamos o que ocorreu, o que se disse e que através da imprensa sejam feitas acusações sem base nem fundamento. Eu acho que se Jorge Enrique Botero está falando da região, como nos disseram, está violando os protocolos estabelecidos. Neste momento, ele é membro de um grupo de fiadores e a comunicação deve ser oficial e por meio do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que não nos reportou nenhum tipo de dificuldade com destas características até o momento.

EFE
 
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