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 | 28/01/2009 23h05min

Obama diz que Iraque e Afeganistão exigem "decisões duras"

Presidente recebeu informações para decidir mudanças na estratégia para os conflitos

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira no Pentágono que seu governo terá que tomar "decisões duras" em relação às frentes militares que mantém abertas no Iraque e no Afeganistão.

Numa visita aos chefes do Estado-Maior das Forças Armadas, que durou quase duas horas, Obama recebeu todas as informações de que precisa para decidir que mudanças introduzirá na estratégia para os dois conflitos.

O presidente, que durante sua campanha eleitoral prometeu retirar as tropas americanas do Iraque, pediu aos chefes militares que lhe apresentem planos para o retorno gradual dos soldados no país árabe e o reforço das operações no Afeganistão.

Apoio às tropas

Nas declarações que fez nesta quarta-feira após o encontro, do qual participaram os quatro chefes do Estado-Maior e o secretário de Defesa, Robert Gates, Obama expressou seu apoio às tropas posicionadas em ambos os países e assegurou que estes soldados cumprem suas missões sob "uma enorme pressão".

— Durante muito tempo submetemos nossos militares a uma enorme pressão para que executassem uma série de missões, às vezes sem o apoio estratégico e o uso de todo o poderio americano que assegurariam que todo o peso não recairiam sobre eles — declarou o chefe de Estado.

— Isso é algo do que falei com os chefes do Estado-Maior e algo que pretendo mudar — acrescentou.

Além de abordar o Iraque e o Afeganistão, onde "há decisões duras" a serem tomadas, a reunião tratou dos "riscos globais que podem surgir", comentou Obama.

Em sua entrevista coletiva diária, antes do encontro no Pentágono, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que Obama já havia "recebido muita informação" sobre a situação no Iraque, motivo pelo qual se espera que o processo de revisão acabe "relativamente em breve".

Retirada em 16 meses

Na campanha eleitoral, o atual presidente disse que as tropas americanas deixariam o Iraque em 16 meses. Porém, desde então, Obama relativizou esse compromisso e declarou que primeiro ouvirá os comandantes que se encontram no front.

Em uma sutil mudança de discurso, no pronunciamento que fez na terça-feira passada por ocasião de sua posse, o presidente declarou que durante seu mandato dará início à retirada "responsável" dos EUA do Iraque.

Um dia depois, em seu primeiro dia de trabalho, o chefe de presidente se reuniu na Casa Branca com Gates e com os comandantes militares a cargo do conflito no Iraque para uma primeira avaliação da situação nesse país.

Segundo Gibbs disse hoje, em breve pode acontecer uma reunião similar sobre o Afeganistão, da qual participaria o comandante das tropas americanas nessa nação, o general David McKiernan.

Também na semana passada, Obama nomeou o veterano diplomata Richard Holbrooke como seu enviado para o Afeganistão e o Paquistão.

Linha dura

A este respeito, o jornal The New York Times publicou nesta quarta que o governo americano cogita adotar uma linha mais dura em relação ao presidente afegão, Hamid Karzai, e transferir para de sua ajuda ao desenvolvimento para as operações militares.

Embora o processo de revisão ainda não tenha sido concluído, "apoiamos o presidente eleito democraticamente no Afeganistão", disse Gibbs hoje ao desmentir a informação da publicação.

Segundo Obama, "só poderemos conseguir contornar a situação por meio do desenvolvimento sustentável a longo prazo", acrescentou o porta-voz.

Ontem, em uma sessão no Senado, Gates comentou que o Afeganistão será o foco da política militar americana.

— Nosso maior desafio militar agora é o Afeganistão — disse Gates à Comissão das Forças Armadas do Senado, na qual anunciou o envio ao país asiático de três brigadas com até 5 mil soldados.

Os EUA, que pressionam seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para que enviem mais tropas ao Afeganistão, mandará duas brigadas ao país antes do segundo semestre e mais outra na metade do ano.

Confira gráfico:

Os desafios de Obama:

EFE
 
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