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 | 22/01/2009 10h22min

Governo prepara reforço no orçamento do BNDES

Medida deve garantir até R$ 100 bilhões a mais para o banco

Embalado com a boa notícia do corte dos juros feito ontem (21) pelo Banco Central, o governo deve anunciar hoje a primeira parte do pacote de medidas anticrise para estimular o crescimento e tentar controlar o efeito "manada" de demissões que já ameaça a economia brasileira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai encaminhar ao Congresso Nacional uma medida provisória (MP) autorizando um reforço adicional em até R$ 100 bilhões no orçamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de 2009 e 2010. O governo aposta na combinação de juros menores e mais dinheiro para o BNDES para tentar animar as expectativas de consumidores e empresários.

O "combustível" no motor do BNDES vai assegurar o crédito mais barato para as empresas manterem seus investimentos. O dinheiro adicional também vai permitir o financiamento do plano de investimentos da Petrobras para os próximos anos, que será fechado em reunião do conselho de administração da estatal, marcada para amanhã (23).

O restante das medidas do pacote - voltadas para construção civil, habitação, aumento do crédito, estímulo ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e à redução do spread bancário - deve ser anunciado na semana que vem, provavelmente quarta-feira (28).A equipe econômica vai levar as propostas amanhã ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Outras medidas também poderão ser anunciadas hoje. Pela manhã, Lula vai se reunir com a equipe econômica e presidentes dos bancos oficiais: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES.

Lula vai cobrar empenho total de todos para 'tirar a crise' do cenário brasileiro. Também vai cobrar, especialmente de BB e Caixa, reduções do spread bancário, considerado um dos maiores problemas do mercado de crédito do País.

O presidente quer um 'choque' de investimentos e foi convencido pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, da necessidade de aumentar a oferta de crédito com sinalização para um período mais longo. O crédito é considerado por Coutinho e outros desenvolvimentistas como o fator decisivo do crescimento dos últimos anos, e precisa ser destravado. O reforço ao BNDES será feito pelo Tesouro Nacional e é adicional aos recursos já assegurados ao banco para este ano.

Agência Estado
 
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