A profunda crise financeira vivida pelos Estados Unidos afetou a capacidade financeira e o otimismo de 63% dos americanos, que, segundo uma pesquisa do The Washington Post e da ABC News, admitiram que a recessão já os afetou. O número dos que reconheceram que a crise os afetou, afirma o Washington Post, é 10 pontos superior aos 53% dos cidadãos que disseram sentir as conseqüências da recessão de 1991.

Em decorrência da situação econômica, também aumentou a proporção dos americanos que estão preocupados em manter seu nível de vida, que passou de pouco mais de 50%, em 2007, até 66% este ano. Quase dois em cada 10 dos consultados afirmou que eles ou algum membro da família tinha perdido seu posto de trabalho nos últimos meses e mais de um quarto disseram que sofreram cortes salariais.

Outra das preocupações compartilhadas por mais da metade dos entrevistados foi a de ter a capacidade econômica necessária para poder pagar o atendimento médico a um parente doente. Além disso, quase quatro em cada 10 apontaram o pagamento da hipoteca e os pagamentos da calefação para este inverno entre suas preocupações.

Os indagados também foram perguntados sobre os planos adotados pelo governo para resgatar a economia. Neste sentido, quase dois terços apoiaram o plano de US$ 700 bilhões aprovados em outubro para estimular a economia. No entanto, quando questionados sobre se respaldariam o plano caso o gasto gerado aumentasse o déficit, o apoio caiu para 47%. Quase nove em cada 10 mostraram preocupação com o déficit fiscal federal, dos quais quase a metade disse estar "muito preocupada".

Quanto à percepção de como o presidente eleito, Barack Obama, está enfrentando a difícil situação econômica, 55% consideraram que está tendo um bom começo em suas iniciativas para desafiar a "questão número um" pela qual passa o país. Cerca de metade acredita que Obama será capaz de melhorar a economia "muito" ou "bastante", mas também há quem não concorda com suas políticas e houve 10% que afirmaram que sua visão econômica vai pelo caminho errado.

Em relação a como o atual presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, liderou a crise, apenas 24% aprovaram seu papel na crise e 23% consideraram apropriada a resposta do governo. Dos entrevistados, tanto democratas quanto republicanos e independentes foram muito críticos à atuação do atual Governo para fazer frente à crise e mais de sete em cada 10 o rejeitaram. Só 30% crêem que o plano está sendo acompanhado da devida regulamentação.

A pesquisa foi feita por telefone entre 11 e 14 de dezembro com uma amostra aleatória de 1.003 adultos de todo o país. A margem de erro é de três pontos percentuais.

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