| 12/12/2008 21h13min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Santa Catarina nesta sexta-feira e apresentou, com a ajuda de sete ministros, as ações do governo federal até o momento para recuperar o Estado após os prejuízos causados pela chuva.
Em um encontro com jornalistas no final da tarde, Lula disse que a ação das esferas municipal, estadual e federal no caso da chuva em Santa Catarina, na qual houve harmonia, segundo ele, pode criar "um novo paradigma para o tratamento de catástrofes no país".
Visitas a Itajaí e Blumenau
Lula chegou por volta das 13h40min no Aeroporto de Navegantes, Litoral Norte de Santa Catarina. Acompanharam Lula a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, os ministros da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, dos Transportes, Alfredo Pereira do Nascimento, da Saúde, José Gomes Temporão, da Secretaria de Portos, Pedro Brito do Nascimento, da Pesca, Altemir Gregolin, e das Comunicações, Franklin
Martins.
Junto com os ministros, senadores e
assessores, participou de uma reunião com o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, ainda no auditório da Infraero, em Navegantes.
Em seguida, o presidente sobrevoou de helicóptero alguns dos municípios mais atingidos pela chuva, como Itajaí, Luiz Alves e Gaspar. Em Blumenau, visitou a Escola Básica Municipal Vidal Ramos, que abriga pessoas que tiveram de deixar suas casas por causa da enchente. Lula conversou longamente com a mãe de Luana Eger, de três anos. A menina foi a primeira vítima fatal em decorrência da chuva no Estado.
De Blumenau, o presidente foi a Itajaí, onde vistoriou o porto, danificado pela enchente no rio Itajaí-Açu. Ainda no porto, mas na sede administrativa, Lula comandou, após um atraso de meia hora, o que era para ser uma entrevista coletiva e virou a apresentação das ações do governo federal para recuperar o Estado.
Um a um, os ministros, o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, e o governador catarinense, Luiz
Henrique, foram convidados pelo
presidente a falar. Morastoni concentrou seu discurso no agradecimento ao apoio federal, ao povo brasileiro e à imprensa.
O governador também reservou um espaço na sua fala para agradecer a cobertura da imprensa na tragédia, que procurou incentivar a solidariedade das pessoas, segundo ele. Luiz Henrique voltou a ressaltar que Santa Catarina está preparada para receber os turistas neste verão, apesar da tragédia.
Relatório de ações
O ministro dos Transportes, Alfredo do Nascimento, afirmou que todas as rodovias federais estarão prontas até 31 de janeiro, faltando apenas a conclusão das obras em encostas, previstas para terminar na metade do ano que vem. O investimento total nas BRs 101, 280, 282 e 470 é de R$ 123 milhões.
O repasse de R$ 120 milhões foi coordenado pela pasta da Integração Nacional, representada pelo ministro Geddel Vieira Lima. A primeira ação envolveu o envio de 515 toneladas de
alimentos, colchões, material de higiene, entre outros artigos, para
socorrer as vítimas da chuva.
O ministro da Secretaria dos Portos, Pedro Brito do Nascimento, assinou a ordem de serviço para o início dos trabalhos de dragagem do rio Itajaí-Açu, a fim de que os portos de Itajaí e Navegantes voltem a funcionar. Segundo o ministro, a obra começa na próxima semana e tem prazo de 90 dias para ser concluída.
No dia 22 de dezembro, deve ser assinada a ordem de serviço de reconstrução dos berços de atracamento do porto de Itajaí, que custarão cerca de R$ 240 milhões, segundo o ministro. Também serão feitas obras de proteção contra enchentes. No total, R$ 350 milhões foram destinados à recuperação do porto.
Na Saúde, o ministro José Gomes Temporão lembrou que foram enviados técnicos e 17 toneladas de medicamentos e material médico-hospitalar para Santa Catarina, um volume capaz de atender uma população de 90 mil pessoas por três meses, segundo ele. Outras medidas apontadas por Temporão foram a instalação do hospital
de campanha e investimentos de R$ 100
milhões para custeio e recuperação física das unidades de saúde.
Sobre a pesca, o ministro da Secretaria Especial, Altemir Gregolin, relatou que a perda no setor foi de mais de R$ 200 milhões. Entre as ações destacadas por Gregolin, está a liberação de R$ 300 milhões em crédito diferenciado para as empresas pesqueiras. Os trabalhadores artesanais e maricultores terão adiamento de pagamentos, perdão da dívida em financiamentos e acesso a seguros.
Empresas afetadas pela chuva, que tiveram interrupção no fornecimento de gás e micro e pequenas empresas terão linhas de crédito especiais, de acordo com a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A agricultura terá prorrogação de pagamentos de empréstimos e do prazo de vencimento das operações de custeio e investimento, entre outras medidas apresentadas pela ministra.
Crise econômica
O presidente encerrou o encontro com os jornalistas falando da crise
econômica mundial. Lula pediu para que as pessoas não parem de
consumir, o que causaria a diminuição na produção e desemprego.
Condenou ainda a decisão do governo americano de não conceder apoio financeiro a grandes montadoras do país, o que pode ampliar a crise nas empresas e causar um grande número de demissões em todo o mundo, nas palavras do presidente.
Assista à reportagem da RBS TV sobre a visita de Lula:
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