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 | 13/11/2008 04h05min

“O verão será de brasileiros viajando pelo Brasil”, diz ministro do Turismo

Alta do dólar deve reforçar o caixa de hotéis, pousadas e companhias áreas nacionais

João Guedes

Em vez de causar preocupação, a crise financeira pode ser uma oportunidade de crescimento, acredita o ministro do Turismo, Luiz Barretto.

O otimismo é justificado pela alta do dólar, que deve reforçar o caixa de hotéis, pousadas e companhias áreas nacionais no próximo verão, ao mesmo tempo em que mais turistas do Mercosul poderão vir ao país atraídos pelo câmbio vantajoso.

Foi esse novo cenário que fez o ministério correr contra o tempo para criar a campanha publicitária de incentivo ao turismo doméstico, iniciativa que será lançada por Barretto hoje à noite, no 20º Festival do Turismo de Gramado, (www.festivalturismogramado.com.br). Antes de embarcar para o Estado, Barretto conversou com Zero Hora, por telefone.

Zero Hora – O dólar alto é uma oportunidade para o turismo?
Luiz Barretto –
Como toda crise é geradora também de oportunidades, nós deveremos ter um próximo verão e Réveillon com mais brasileiros viajando pelo Brasil. A alta do dólar frente ao real significa um conjunto de desistências de brasileiros que estavam viajando para o Exterior e que agora estão se retraindo. As indicações que temos das principais operadoras brasileiras é de que vai haver um crescimento da procura pelo mercado doméstico. De outro lado, o produto Brasil fica mais barato para o estrangeiro e temos uma segunda oportunidade, que é o mercado da América do Sul. A desvalorização cambial na Argentina é superior à que o real sofreu aqui. Para o argentino, o Brasil ficou 20% mais barato.

ZH – Já existem estimativas sobre o impacto da variação cambial no setor?
Barretto –
Os primeiros indicativos estão sugerindo aumento do turismo doméstico, mas nós vamos medir precisamente isso só depois de encerrado o verão. Há um conjunto grande de brasileiros que em 2007 passou férias na Europa, nos Estados Unidos ou foi para a Argentina porque o preço do dólar era convidativo. Uma parte desses brasileiros vai procurar destinos nacionais.

ZH – O Ministério está lançado um projeto para estimular o turismo interno. O programa foi elaborado depois da crise?
Barretto –
Aproveitando que essa época de novembro e dezembro é o período de maior planejamento das férias do brasileiro, vamos lançar uma campanha publicitária em mídia impressa, televisão, rádios e internet com o slogan: “Se você é brasileiro, está na hora de conhecer o Brasil”. A idéia estimular a viagem interna e o conhecimento do país, das riquezas culturais e das diversidade naturais que o país tem. Vamos investir R$ 8 milhões. A gente correu. O sentimento foi de aproveitar essa chance que surgiu, e montamos a campanha rapidamente, em 30 dias.

ZH - Os embarques internacionais cresceram 14% em 2008 e os embarques nacionais caíram 3%. O que explica isso?
Barretto –
Se você pegar quanto foi apenas em janeiro, cresceu 100%. Então, o crescimento caiu de 100% para 14%. Houve um queda no mercado internacional muito maior que a queda no mercado interno. Se pegar os meses anteriores, vai ver que agosto e julho, período de férias na Europa, crescemos acima de 100%. No mercado interno caiu porque outubro, em geral, é um mês fraco no Brasil e neste ano, em especial, os feriados caíram muito nos sábados e nos domingos.

ZH – Como deve fechar o ano de 2008 e qual a expectativa para 2009, já avaliando os desdobramentos da crise?
Barretto –
Tivemos 5 milhões de visitantes em 2007 e devemos ter 5% a mais neste ano. O turismo interno deve ter 10% de crescimento sobre as 49 milhões de viagens feitas em 2007. Para 2009, prefiro ser cauteloso. Acho que temos uma vantagem, um mercado interno que cresceu nos últimos anos e também um conjunto de destinos muito favoráveis.


Entenda a crise

 
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