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 | 27/10/2008 14h26min

Mantega diz que prejuízo das empresas com câmbio pode chegar a US$ 20 bilhões

Ministro minimizou o problema e diz que perdas são absorvíveis

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira que os prejuízos das empresas no Brasil com derivativos cambiais podem chegar até US$ 20 bilhões. Ele esclareceu, no entanto, que não são números do Ministério da Fazenda.

— Mas se for isso mesmo, é absolutamente absorvível — previu.

Segundo o ministro, um dos principais problemas de crédito no país diz respeito às empresas que entraram no mercado de derivativos e que agora registram prejuízos em seus balanços. Até o momento, três grandes empresas, Aracruz, Sadia e Votorantim, vieram a público relatar as perdas.

Mantega destacou que não é possível ter conhecimento do valor total dos prejuízos das companhias com os derivativos porque há operações de balcão e também no Exterior. Estas negociações apenas vêm a mercado quando a empresa faz as declarações.

—Nenhum valor grande foi mencionado até agora. O maior é o da Aracruz — comparou, acrescentando mais uma vez que não há problemas de crédito podre no Brasil, como existe nos Estados Unidos.

Não haverá socorro

Apesar desse quadro negativo para o mercado acionário, o ministro quis passar uma avaliação positiva sobre o tema.

— Há perspectiva de equacionar o problema da Aracruz nos próximos dias — afirmou, em entrevista coletiva à imprensa na capital paulista, após ter se reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Mantega admitiu que há outras companhias com problemas, mas de magnitude menor e, ao contrário do que afirmou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, no final da semana passada, não há intenção de socorrer as companhias que apresentem esse tipo de problema.

— O governo não vai salvar nenhuma empresa. Empresas que ousaram têm que pagar o preço de sua ousadia — disse.

Apesar dessa retórica, Mantega ressaltou que cabe ao governo o fornecimento de crédito para que operações sejam realizadas, como, por exemplo, para a cobertura de margem de garantia na BM& F/Bovespa. Ele disse que o governo não dará subsídios a essas corporações e que qualquer auxílio a essas empresas será a valor de mercado.

— São companhias exportadoras sólidas, tradicionais e, passado o problema, vão continuar operando. Não vamos dar socorro às empresas — reforçou.

Contágio psicológico

O contágio dos problemas financeiros internacionais do Exterior para o Brasil a partir de agora é mais psicológico e menos relacionado à realização das operações de fato, avaliou Mantega.

— O contágio agora é um pouco psicológico, não de operações. Não podemos deixar que haja esse tipo de contágio.

Apesar disso, Mantega admitiu que o país ainda passa por uma redução, ainda que momentânea, de oferta de crédito, mas que esse problema está sendo sanado pelo governo. Segundo ele, os bancos operam atualmente com um intervalo de 70% a 80% do crédito que ofereciam anteriormente.

— Mas com a liberação dos compulsórios estamos recompondo os setores, estamos administrando os problemas que vêm de fora — afirmou.

Entenda a crise nos mercados mundiais

Agência Estado
 
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