As vendas de material de construção no varejo ainda não foram afetadas pela crise econômica e cresceram 11% no acumulado dos últimos 12 meses. A informação foi dada nesta sexta-feira pelo presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Conz.

Segundo Conz, esse tipo de venda corresponde a 67% do setor. Já a venda em grande escala, para construtoras, que corresponde a 23% do total, deve passar por um período de acomodação nos próximos 15 dias.

— Estamos aguardando um pouco esse momento, porque está havendo um replanejamento deles [construtoras] em relação ao financiamento — disse ele.

Para ele, a baixa nas vendas para construtoras permitirá, entretanto, que o material seja ofertado para o consumidor, de modo que não falte nenhum produto no mercado e os preços não aumentem.

— Tivemos, nos últimos três meses, sérios problemas de fornecimento de cimento, principalmente em áreas em que a logística era mais difícil — lembrou Conz, alegando que a sobra de material das construtoras vai suprir esse déficit nas vendas no varejo.

Ele destacou os investimentos feitos pela indústria brasileira de cimento, mas observou que os efeitos de tais aplicações só deverão ser sentidos a partir do segundo semestre do próximo ano.

— Acho que terminaremos o ano com crescimento na casa de 10,5%, o que é um excelente resultado. E dificilmente não vamos crescer o dobro do PIB [Produto Interno Bruto] no ano que vem.

Conz ressaltou também que as indústrias estão investindo agora para ter resultados até a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil:

— Quem olha pra 2014, vê que a copa é tijolo e cimento.

Para Conz, que também faz parte do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o único gargalo está na falta de mão-de-obra qualificada. Para isso, cerca de 150 mil pessoas que estão no Bolsa Família, ligadas à construção civil, vão ser qualificadas pelo Ministério do Trabalho para trabalhar na área.

O setor da construção civil chega a ter 13% de participação no PIB, sendo que só a venda de materiais de construção corresponde a 4%.

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