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 | 15/10/2008 04h33min

Análise da crise: negócio de longo prazo

Marçal Alves Leite, colunista de Zero Hora  |  marcal.leite@zerohora.com

A crise financeira iniciada nos EUA corroeu o ganho dos últimos meses da bolsa brasileira, que chegou a acumular lucratividade de 15% em 2008, mas o mercado acionário permanece como a opção mais rentável no longo prazo. Por conta das perdas das últimas semanas, quem mantém uma carteira de ações deve aguardar até o capital se recompor. O momento atual, porém, é uma excelente chance para quem está fora do mercado.

— As crises geram boas oportunidades de ganho, principalmente para os investidores de longo prazo. Papéis de empresas seletivas, blue chips como Vale, Petrobras e Gerdau, caíram pela metade em relação ao que custavam cinco meses atrás — ressalta Décio Pecequilo, operador sênior da TOV Corretora.

Em poucas sessões, por vezes, essas ações podem proporcionar uma remuneração que a caderneta de poupança levaria até um ano para alcançar. Nas duas sessões desta semana, por exemplo, o índice da Bolsa de São Paulo, o Ibovespa disparou 16,74% e reduziu para 43,46% a perda da bolsa desde o recorde registrado em 20 de maio. Na sexta-feira, chegou a indicar baixa de 51,56% no período.

— Em maio passado, quando bateu recorde histórico, a Bovespa chegou a acumular alta superior a 1.000% em aplicações com prazo de 10 anos. Agora, a valorização caiu para 544,98% no mesmo período — salienta Nilton d’Avila Farinati, consultor financeiro e membro orientador do Instituto Nacional de Investidores (INI).

Ainda assim é um ganho extraordinário. Principal modalidade dos pequenos aplicadores, a caderneta teve remuneração de 139,95% nos últimos 10 anos. Também no período de cinco anos, considerado o ideal em termos de aplicações em ações, o Ibovespa supera com folga a caderneta.

— Mesmo em crises econômicas ou financeiras, empresas de ponta costumam dobrar o lucro em cinco anos, quando a valorização de suas ações tende a acompanhar a mesma variação sob risco de distorções — explica Farinati.

Mas é preciso muita cautela, esclarece Pecequilo, da TOV, pois há necessidade de uma boa experiência no mercado para não deixar a ganância superar o bom senso. Segundo o operador da TOV, ao montar uma carteira de ações, para melhor aproveitar as oportunidades, é necessário fazer uma análise mais apurada, observando os fundamentos econômicos da empresa, como lucro, distribuição de dividendos, endividamento ou operações financeiras alavancadas.

Conforme estudo feito pela TOV, a Bovespa teve rentabilidade média anual de 31,75% nos últimos 40 anos. Sem contar este ano, durante o qual ainda pode reverter a baixa, a última vez em que a bolsa fechou no vermelho foi em 2002, com 17% de perda, mas em 2003, numa intensa recuperação, alcançou lucratividade de 97%.


Gráfico: entenda a crise financeira

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