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 | 09/10/2008 05h08min

Análise da crise: guardiões sincronizados

Maria Isabel Hammes, Editora de Economia de Zero Hora

Para dar uma resposta mais efetiva à crise, principalmente no sentido de tentar restabelecer a confiança e frear a desaceleração da economia mundial, os guardiões das moedas fortes do mundo agiram ontem. Uma ação coordenada de seis bancos centrais tosou as taxas de juros de suas economias. Junto com as injeções diárias de dinheiro que visam a aumentar a liquidez dos mercados, o corte de juros é mais uma medida para enfrentar a atual crise, desencadeada pelo colapso dos mercados mundiais.

Como a perspectiva de inflação é menor e a de desaquecimento das economias, maior, foi possível reduzir os juros. Embora só isso não signifique uma reversão das tensões existentes nos mercados financeiros a curto prazo. O que os governos querem é oferecer crédito mais acessível às pessoas e empresas para que tomem empréstimos e, assim, voltem a produzir e a consumir.

Claro que isso tem de ser combinado, antes, com os próprios bancos, já que hoje o crédito é mais do que limitado. Com razão, a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, disse ontem que, para resolver a situação, a confiança deve ser restabelecida, já que as instituições financeiras não estão fazendo empréstimos umas às outras, prova cabal da desconfiança entre elas.

É provável que novas tosas venham por aí, como também, a cada dia que passa, se ressalta a necessidade de uma cooperação ainda maior tendo em vista que os problemas, há tempos, ultrapassaram as fronteiras dos EUA e se espalharam velozmente pela Europa, onde há exemplos concretos de fragilidade do sistema bancário.

Uma medida mais efetiva poderia ser a formulação de um plano consistente de saneamento do sistema financeiro com alcance mais global. Quem sabe a redação de um projeto com esse teor seja o próximo passo da crise? Seria algo como a racionalidade contra a irracionalidade do momento.
 

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