Começou neste sábado, em Paris, a reunião em que os chefes de Estado ou de governo dos quatro países europeus do G8 (os sete países mais industrializados e a Rússia) tentarão definir uma ação coordenada contra a crise financeira internacional.

O idealizador do encontro, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, recebeu no Palácio do Eliseu a chanceler alemã, Angela Merkel, e os primeiros-ministros de Reino Unido, Gordon Brown, e Itália, Silvio Berlusconi.

Em sua chegada ao Palácio do Eliseu, Merkel declarou aos jornalistas que os políticos vão assumir suas responsabilidades, mas que aqueles que estão na origem desta crise também devem assumir as suas.

— Estou muito contente por estarmos nos reunindo para preparar as atividades do G8 e também falar da situação em nossos países — declarou Merkel em alemão.

— Nossa opinião é que, neste período difícil, os Estados europeus devem assumir suas responsabilidades, mas aqueles que provocaram esse dano também devem assumi-lo — acrescentou a chanceler, que destacou seu interesse em abordar "mecanismos de prevenção" durante a reunião.

— Entre nós há um elevado nível de acordo e de compreensão para que (esta crise) não aconteça mais — disse Merkel.

Por sua vez, Sarkozy declarou:

— Tomem nota do que Angela Merkel disse e traduzam para o francês. É exatamente o que penso.

Segundo o presidente francês, "este é um problema mundial que requer uma resposta mundial, e, no mundo de hoje, a Europa deve mostrar sua vontade de apresentar uma solução".

Gordon Brown também fez declarações em sua chegada ao Palácio do Eliseu. Aos jornalistas, o primeiro-ministro britânico ressaltou que a mensagem que a reunião precisa emitir é a de que nenhum banco solvente e sólido "deve quebrar por falta de liquidez".

Da reunião, também participam os presidentes da Comissão Européia (CE, órgão executivo da UE), José Durão Barroso, do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, e do Eurogrupo (que reúne os ministros de Finanças dos países da zona do euro), Jean-Claude Juncker.

O primeiro a chegar ao encontro foi Trichet, seguido de Juncker, Durão Barroso, Merkel — recebida por Sarkozy com um abraço —, Brown e Berlusconi. Antes de darem início às conversas, os chefes de Estado ou governo presentes posaram para uma foto no Palácio do Eliseu. Sarkozy recebeu-os um a um no pátio da sede da Presidência, assim como fez com os outros convidados.

Poucas horas antes, o presidente da França se reunira, também no Palácio do Eliseu, com o diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, que declarou que "é preciso atuar rápido e de forma coordenada" contra a crise financeira internacional.

— A Europa deve assumir suas responsabilidades, como os Estados Unidos o fizeram, embora talvez um pouco tarde — disse Strauss-Kahn.

Entenda a crise: