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 | 30/09/2008 23h43min

Entidades rurais da Argentina anunciam novo locaute comercial

Produtores rurais não vão comercializar grãos destinados a indústrias ou para exportação

As principais entidades agropecuárias da Argentina anunciaram nesta terça-feira que farão um novo locaute comercial em protesto contra a falta de respostas do governo aos problemas do setor.

A medida de pressão, convocada pela Federação Agrária Argentina (FAA), pela Confederação Intercooperativa Agropecuária (Coninagro), pelas Confederações Rurais Argentinas e pela Sociedade Rural Argentina, vai se estender da primeira hora de sexta-feira até a meia-noite da quarta-feira da semana que vem.

Nesse período, os produtores rurais não vão comercializar grãos destinados a indústrias ou para exportação, nem gado bovino, exceto os de regiões afetadas pela seca.

O plano de luta será acompanhado pela instalação na terça-feira de uma tenda em frente ao Parlamento e por mobilizações em diferentes pontos do país.

Este é o quinto locaute comercial convocado pelas entidades rurais da Argentina este ano.

O presidente da FAA, Eduardo Buzzi, disse que desta vez o protesto não incluirá bloqueios de estradas, pois, segundo ele, o campo "não quer colocar a sociedade contra si" mesma.

Segundo os líderes agropecuários, os problemas do setor vão além dos impostos sobre as exportações, e incluem as dificuldades causadas pela seca, a pior em cem anos, a queda dos preços das matérias-primas e a alta dos custos de produção.

— Não se pode ignorar o agravamento da situação em que vivem os produtores — disse em entrevista coletiva o titular da Sociedade Rural, Hugo Biolcati, que assegurou que "não houve o menor avanço " no diálogo com o governo.

Por sua vez, o secretário de Agricultura do país, Carlos Cheppi, declarou em entrevista coletiva que o governo está "surpreso" com a decisão tomada pelo campo.

— Não esperávamos esta medida de protesto em um momento de diálogo — acrescentou, dizendo ainda que o passo dos produtores impede a continuidade dos contatos, já que as negociações são feitas a dois, e "se há um setor que declara um protesto e não pretende dialogar, então fica muito difícil fazê-lo".

Depois de se reunir com a presidente argentina, Cristina Fernández, Cheppi pediu aos dirigentes rurais que "reflitam", pois o locaute "não ajuda o país", e o governo "está disposto a continuar trabalhando e a apostar no diálogo".

EFE
 
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