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 | 30/09/2008 09h44min

Turbulência pode trazer bons resultados no longo prazo para investidores

Ações compradas em dezembro de 2002 tiveram lucro de 467% até o final do ano passado

Alexandre de Santi  |  alexandre.santi@zerohora.com.br

Os números assustam, mas não é momento de desespero para quem vem aplicando na Bolsa de Valores pensando no longo prazo. Ações compradas em dezembro de 2002, último ano em que o índice Bovespa fechou em queda, tiveram lucro de 467% até o final do ano passado. Há gordura para queimar, avaliam especialistas. Incluindo as perdas dos últimos dias, os papéis do Ibovespa comprados em 2002 tiveram valorização de 308%.

— Tem que ter sangue frio — aconselha Ricardo Hingel, diretor financeiro do Banrisul.

É verdade que a bolsa de São Paulo já caiu 27,95% em 2008, mas as perdas são compensadas quando o desempenho é analisado sob perspectiva um pouco mais longa. Desde o início de 2007, quando muitos brasileiros começaram a apostar nos papéis de empresas, o ganho é de 3,5%. Para a superintendente de investimentos do Santander, Sinara Figueiredo, o investidor que se acostumou ao mercado de ações deve pensar no longo prazo e se fazer uma pergunta.

— Quais as chances de uma valorização dessas se repetir nos próximos cinco anos? — indaga Sinara.

A analista do Santander acredita que a retomada deve ser mais lenta, mas é provável que os papéis se recuperem no futuro. Ricardo Hingel, do Banrisul, indica aos investidores que avaliem o perfil dos empresas antes de se desfazer dos papéis.

— Não acredito que a Petrobras esteja valendo 12% a menos hoje — diz Hingel, referindo-se à queda das ações das estatal até o início da tarde.

Mesmo quem utilizou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para compra de ações da Petrobras, em 2000, e da Vale do Rio Doce, em 2002, e não vem acompanhando de perto o desempenho dos papéis, fez um bom negócio. Desde a operação, a Petrobras já valorizou 1.050%, contra 57% do rendimento comum do FGTS. No caso da Vale, o investimento rendeu 700%, contra 44% das taxas do fundo.

A única dúvida dos analistas sobre o potencial da bolsa de valores está em quanto a economia real pode ser afetada pela crise no setor financeiro. Vai demorar até que os economistas consigam prever a extensão do estrago e medir o impacto do vendaval no dia-dia das companhias listadas na Bovespa.

— É uma crise sem precedentes para a nossa geração — diz Débora Morsh, presidente Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais — Extremo Sul (Apimec-Sul).

 
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