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 | 08/09/2008 17h21min

Bovespa ignora euforia nos EUA e cai 2,35%

No mês, a Bolsa acumula perdas de 8,91% e, no ano, de 20,61%

Atualizada às 18h04min

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ficou de fora da festa que a ajuda do governo americano às agências de hipotecas Freddie Mac e Fannie Mae proporcionou às bolsas mundiais nesta segunda-feira. Depois de engatar uma alta superior a 3% na abertura, o índice Bovespa mudou de rumo perto da hora do almoço com o enfraquecimento principalmente das ações de Petrobras, Vale e siderúrgicas, e fechou com queda próxima a 2%, novamente no menor patamar de pontuação em mais de um ano.

Os investidores titubearam ao enumerar as justificativas para a queda: realização de lucros, venda de estrangeiros, enfraquecimento das commodities. Também repetiram a explicação ouvida nas mesas no exterior: o anúncio ontem nos EUA não encerra a crise americana.

O Ibovespa terminou o pregão em baixa de 2,35%, na segunda maior queda do mês (a maior foi na quinta-feira, de -3,96%), aos 50.718,0 pontos, menor nível desde os 49.815,1 pontos de 21 de agosto do ano passado.

O Ibovespa oscilou hoje entre a mínima de 50.646 pontos (-2,49%) e a máxima de 53.706 pontos (+3,40%). No mês, acumula perdas de 8,91% e, no ano, de 20,61%. O volume financeiro somou R$ 5,14 bilhões.

"O mercado avalia que as medidas que o governo dos EUA anunciou ontem não são suficientes para enfrentar a desaceleração econômica, ainda que evitem uma crise financeira mais grave", comentou, em e-mail, a sócia-gestora da Global Equity, Patrícia Branco.

Segundo ela, como a recessão americana continua na mira, o cenário é de aversão a risco, "o que conduz à queda da bolsa brasileira".

A notícia da ajuda de até US$ 200 bilhões às agências hipotecárias americanas fez o dólar se fortalecer ante outras moedas e, em boa parte do dia, levou o petróleo para baixo.

O contrato futuro de petróleo com vencimento em outubro negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês) recuperou-se no final e subiu 0,10%, aos US$ 106,34, mas as ações da Petrobras derreteram 4,65% (ON) e 5,02% (PN). A Vale, a outra blue chip do pregão, também não ficou atrás e caiu 3,63% (ON) e 3,46% (PNA).

O setor financeiro doméstico foi um dos destaques de elevação, seguindo as ações das financeiras nos Estados Unidos. Bradesco PN subiu 2,15%, Itaú PN, 1,01% e Unibanco units, +1,18%. BB ON caiu 2,44%.

Não foi apenas o segmento financeiro a subir nos EUA: o índice Dow Jones terminou em alta de 2,58%, aos 11.510,7 pontos, o S&P 500 avançou 2,05%, para 1.267,79 pontos, e o Nasdaq teve elevação de 0,62%, aos 2.269,76 pontos.

Na Europa, o desempenho também foi parecido: a Bolsa de Paris subiu 3,42%, Frankfurt, 2,22%, e Londres, 3,92%.

— O mercado doméstico está muito machucado. O pacote (nos EUA), claro, foi positivo, mas a sensação que fica é a de que a ajuda esconde os problemas embaixo do tapete — comentou Rafael Moysés, gestor da corretora Umuarama.

Por esta razão, os efeitos da ajuda pode se dissipar rapidamente e, para os próximos dias, os investidores voltem a olhar os velhos problemas.

A agenda segue no foco — nesta terça-feira o presidente do Fed discursa sobre educação e saem os estoques no atacado e vendas de imóveis pendentes. As atenções nesta terça também estarão voltadas para a reunião da Opep, que discutirá as metas de produção de petróleo dos países-membros.

Agência Estado
 
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