Raphael Salomão, de São Paulo (SP)  |  reportagem@canalrural.com.br

O vice-presidente da República, José Alencar, defendeu a valorização da capacidade da Petrobras para operar e orientar a exploração das reservas de petróleo da chamada camada pré-sal. Ele participou nesta terça, dia 2, do seminário O Brasil que queremos, promovido pela revista Veja, em São Paulo.

– A primeira coisa é valorizar essa empresa. A segunda é respeitar contratos. O Brasil não pode de forma alguma desrespeitar contratos. Com relação à forma que se vai explorar essa riqueza, é muito simples. É orientação da Petrobras.

A exploração de petróleo da camada pré-sal foi iniciada oficialmente nesta terça, dia 2, no campo de Jubarte, no litoral sul do Espírito Santo. A reserva está localizada a 70 quilômetros do litoral do Estado. Para a extração do óleo, é necessária a transposição de uma camada de cerca de 200 metros de sal.

O vice-presidente acrescentou que a Petrobras está preparada a capacitada para coordenar os trabalhos de exploração da camada pré-sal.

– A Petrobras conseguiu alcançar um patamar de investimento tecnológico que é de fazer inveja ao mundo inteiro, principalmente, no que diz respeito à tecnologia de exploração de águas profundas – argumentou Alencar. O Brasil pode ficar tranqüilo, possui uma empresa que conhece isso.

José Alencar informou, porém, que um grupo de trabalho formado pelo governo deve apresentar ainda neste mês algumas idéias sobre a forma de exploração do petróleo pré-sal.

Juros

O vice-presidente da República voltou a criticar a alta dos juros no Brasil, dizendo que este não é o meio mais eficaz para controlar a inflação.

– Combate à inflação se faz com equilíbrio fiscal, equilíbrio orçamentário. O nosso orçamento não é equilibrado exatamente em função da rubrica relativa aos juros em que relacionamos nossa dívida. Esses juros são despropositados porque nos levam uma fortuna.

De acordo com José Alencar, até o fim do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o país terá perdido mais de R$ 1,2 trilhão. Recursos que, segundo ele, poderiam ser aplicados em diversas áreas.

– Precisamos de recursos para tudo. Para educação, saúde, saneamento, para o próprio petróleo e para infra-estrutura, energia e transporte.

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