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 | 02/09/2008 16h21min

Presidente do BNDES afirma que gastos do governo podem ser melhorados

Luciano Coutinho enumerou oportunidades para o Brasil e descartou queda expressiva dos preços de commodities

Raphael Salomão, de São Paulo (SP)  |  reportagem@canalrural.com.br

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou nesta terça, dia 2, que os gastos do governo não precisam ser necessariamente cortados, mas reconheceu que podem ser melhorados. Ele foi um dos participantes de um painel sobre economia no seminário O Brasil que queremos, promovido pela revista Veja, em São Paulo.

Estiveram na da mesa-redonda também o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles; o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga; e o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega.

Coutinho disse que há uma compreensão geral de que é importante melhorar os gastos públicos no país. Na avaliação dele, é possível aumentar a participação dos investimentos na composição dos gastos e determinar que sejam mantidos abaixo do patamar de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas do país.

– Concordo que há rigidez no gasto, mas podemos disciplinar isso, disse Coutinho.

Manifestando apoio à política monetária adotada pelo Banco Central, cujo Comitê de Política Monetária se reúne na semana que vem para decidir os rumos da taxa de juros, o presidente do BNDES disse considerar inteligente a adoção de medidas que contenham a demanda sem restringir a capacidade de investimentos.

Commodities

O presidente do BNDES disse também não acreditar que seja “plausível” acreditar que os preços internacionais das commodities vão “despencar” para os níveis que se encontravam entre 2003 e 2005. Na avaliação de Luciano Coutinho, o Brasil tem condição favorável de oferecer esses produtos para o crescimento do que classificou como “novo pólo de propulsão da economia mundial”: a Ásia.

– O Brasil tem um conjunto de oportunidades ampliadas de exportação de commodities, mesmo admitindo, como temos de admitir, que a economia mundial vai passar por um período de redução de crescimento.

Ele acrescentou:

– Temos, além do nosso formidável agronegócio, cadeias de mineração, o setor de celulose, o etanol. São oportunidades muito importantes.

Otimista, Coutinho destacou que o Brasil aprendeu com as lições do passado e agora possui uma perspectiva de crescimento com solidez e fronteiras de investimento a serem exploradas.

- Temos um conjunto de projetos de infra-estrutura com demanda reprimida. Em vários segmentos, desde energias, novas energias, logística. Esses processos, postos em marcha através de concessão têm resultados.

No mercado interno, Coutinho destacou o crescimento do mercado de crédito do país em diversos setores, citando como exemplos a indústria automobilística e o mercado imobiliário. E classificou a exploração do petróleo existente na camada pré-sal, que a Petrobras iniciou nesta terça, uma nova riqueza do país.

Não tão otimista

Já o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga não foi tão otimista quanto o presidente do BNDES. Embora concorde que o Brasil aprendeu com erros do passado, entendido que “fazer parte do mundo é bom” e está em uma situação positiva, o desempenho da economia brasileira deve ser comparado com outros países.

– Temos de procurar melhorar e não se deixar levar por um entusiasmo que, embora merecido, ainda não foi testado e confirmado.

Fraga defendeu que o Brasil pode mirar índices bem maiores de crescimento econômico se investir, por exemplo, em setores como infra-estrutura e educação. Por outro lado, criticou os altos níveis de gasto público, que já atingem cerca de 40% do PIB.

– Não é um número compatível com a taxa de crescimento que nós desejamos.

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