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 | 13/08/2008 19h13min

Cacciola fica calado durante depoimento à Justiça Federal

Advogado diz que silêncio ocorreu devido a um acordo que teria livrado o ex-banqueiro de algumas acusações

O ex-banqueiro Salvatore Cacciola permaneceu em silêncio durante o interrogatório prestado nesta quarta-feira na Justiça Federal, no Rio de Janeiro. Segundo seu advogado, Carlos Eli Eluf, a relutância de Cacciola em responder às perguntas deve-se ao acordo de extradição assinado entre o governo brasileiro e o Principado de Mônaco, que teria lhe livrado de algumas acusações na Justiça.

Pelo acordo, assinalou Eluf, o ex-banqueiro não pode ser responsabilizado por três crimes de sonegação atribuídos a ele e que foram tratados na audiência de hoje. Conforme o advogado, resta a Cacciola apenas o processo por gestão fraudulenta do extinto banco Marka.

— Ele insistiu que não devia se pronunciar porque esse processo deveria ser extinto, pelo acordo com o Principado de Mônaco — disse Eluf, que vai impetrar um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra o Ministério da Justiça, por ter mandado um ofício dúbio ao juiz, dizendo que o processo estava suspenso, mas que deixava a critério dele se deveria prosseguir ou não com a ação.

— É dúbio porque ele fala primeiro que o acordo de extradição prevê a extinção do processo, mas no final, por uma trapalhada, deixa a critério do juiz se deve prosseguir ou não com a ação penal — destacou o advogado.

Eluf disse também que vai enviar cópias do processo ao procurador-geral de Mônaco para tomar providências pela suposta violação do acordo de extradição:

— O Brasil pôs assinatura no acordo e tem mais é que honrar o que assinou.

Cacciola foi interrogado pelo juiz da 2ª Vara Federal Criminal, Alexandre Libonati de Abreu. A sessão começou por volta das 14h e terminou às 15h. O interrogatório foi fechado à imprensa, porque partes do processo estão sob segredo de Justiça.

O ex-banqueiro foi levado à audiência em uma viatura policial. Ele ficou na parte traseira do veículo, conhecida como caçapa, mas não estava algemado.

Quando chegou ao prédio da Justiça Federal, a equipe de segurança perguntou por que o preso não estava algemado. Foi informada, então, que havia uma decisão judicial proibindo que Cacciola usasse algemas. Por norma da Justiça Federal, todos os réus presos devem circular pelo prédio algemados.

Cacciola está no Presídio de Bangu 8 desde que chegou ao país, depois de ter sido extraditado pelo Principado de Mônaco. Ele foi preso porque foi condenado a 13 anos de detenção no Brasil. As próximas audiências estão marcadas para os dias 10 e 11 de setembro.

A previsão de Eluf é que o ex-banqueiro esteja em liberdade num prazo de um ano e meio. O advogado espera que seu cliente consiga estar livre da cadeia até o final de 2009.

AGÊNCIA BRASIL
 
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