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 | 13/08/2008 18h24min

Dantas diz não ter dúvida de que foi grampeado

Banqueiro afirma que indícios podem ser identificados pelos códigos usados nas conversas

O sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, afirmou hoje não ter "a menor dúvida" de que teve seus telefones grampeados durante a disputa societária da Brasil Telecom.

— Tivemos uma nítida sensação que nossas iniciativas estavam sendo passadas aos adversários. E se a disputa já era difícil, com isso, tornava-se mais dramática — afirmou ele aos parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos, que investiga escutas telefônicas clandestinas.

Segundo o banqueiro, em outras ocasiões ele teve a percepção de que já tinha sido grampeado. Como exemplo, disse que quando o consórcio liderado pelo Banco Opportunity negociava a compra da Companhia Rio-Grandense de Telecomunicações (CRT), o preço teria sido antecipado aos concorrentes. Dantas afirmou que a suspeita era de que a Telecom Itália teria usado pessoas da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). De acordo com ele, essas pessoas tiveram acesso à correspondência do Opportunity.

— Teriam invadido a nossa correspondência.

O banqueiro disse que as denúncias que relatou no depoimento da CPI constam em um relatório feito pela procuradoria de Milão, na Itália. Porém, Dantas afirmou que não tem cópias do documento, uma vez que o processo tramita em segredo de Justiça. Parte deste relatório, de acordo com as informações de Daniel Dantas, foi vazado para a imprensa italiana.

O banqueiro explicou ainda que os indícios de que estava sendo grampeado poderiam ser identificados pelos códigos e codinomes durante as conversas.

Dantas nega ter mandado subornar delegado

Em seu depoimento, Dantas negou ter mandado seu assessor Humberto Braz subornar um delegado da Polícia Federal. Ele negou também que o dinheiro utilizado para isso, encontrado na casa de Braz, teria saído do Banco Opportunity. Segundo ele, Braz foi demitido da Brasil Telecom na ocasião em que os fundos de pensão assumiram o controle da empresa, e que, até hoje, ele continua prestando serviços de consultoria para o grupo.

Braz, de acordo com Dantas, estaria atuando, inclusive, no processo de venda da parte do Banco Opportunity na Brasil Telecom. A negociação tem por objetivo viabilizar a venda da empresa para a Oi, o que, de acordo com Dantas, atende aos interesses do governo.

Agência Estado
 
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