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 | 11/08/2008 13h28min

Presidente da Abag diz que Brasil precisa otimizar a sustentabilidade da produção agrícola

Carlo Lovatelli lembra que país está sendo cobrado devido à evidência no mercado

Raphael Salomão  |  reportagem@canalrural.com.br

O Brasil precisa se adequar rapidamente às exigências de sustentatibilidade da produção agrícola para atender a um mercado cada vez mais exigente. Foi o que afirmou o presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Carlo Lovatelli, nesta segunda, dia 11. Ele e outros diretores da entidade concederam entrevista coletiva sobre o assunto, que será tema central do Congresso Brasileiro de Agribusiness, iniciado nesta segunda, em São Paulo.

– Estamos sendo extremamente cobrados. O Brasil vem tendo que assumir posições bem claras em relação a isso. Existe boa intenção, vontade política, empresarial da área de produção em atender a esse tipo de demanda.

Na avaliação do presidente da Abag, a cobrança maior ao Brasil tem sido feita em função do aumento da importância do país no agronegócio internacional. Apesar de destacar empenho e avaliar a questão da sustentabilidade mais como uma oportunidade do que um problema, Lovatelli reconheceu que os resultados práticos estão ainda longe do ideal.

– Se todo mundo fizer a lição de casa, a gente chega lá – disse o presidente da Abag, para quem o setor privado terá um posicionamento mais forte, mas antes, precisa garantir o mínimo necessário para atender às exigências do mercado.

Uma das críticas da entidade é o que chama de falta de clareza nas regras colocadas pelo próprio governo e as divergências que existem dentro do próprio poder público. Para a direção da Abag, conflitos de posições políticas entre Ministérios da administração federal são prejudiciais e afetam a “homogeneidade” da política relacionada ao setor do agronegócio.

– O governo está atrapalhado. Precisamos voltar ao foco – disse Carlo Lovatelli.

Ele defendeu também que o Brasil atenda tanto o mercado de organismos convencionais quanto o de transgênicos. E o reaproveitamento de áreas degradadas de pastagens da Amazônia. Na avaliação dele, esses locais devem ser usados para uma produção agrícola economicamente viável para a própria população que vive no bioma amazônico.

– Porque não viabilizar culturas compatíveis com a região? – questionou.

A diretora da Abag Mônica Bergamaschi ressaltou que sustentabilidade é um conceito ainda em formação e que há conflitos em torno de sua aplicação. De qualquer forma, disse considerar que o agronegócio brasileiro é sustentável. Ela citou iniciativas, como o plantio direto, e as pesquisas com defensivos agrícolas como exemplos de iniciativas para garantir a sustentabilidade da produção.

– Temos condições de fazer um produto de qualidade. Temos produtores aptos, mas há também a escória – disse ela.

Na avaliação da diretora da Abag, garantir a sustentabilidade da produção não passa apenas por avaliar a questão ambiental, mas promover um equilíbrio com os demais aspectos: o econômico e o social.

– Tem de ser um relógio suíço. Vai demorar um pouco, mas estamos trabalhando duro neste sentido – acrescentou Carlo Lovatelli.

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