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 | 29/07/2008 06h35min

Venda de soja no mercado futuro fica estagnada no país a dois meses do plantio

Volatilidade faz produtores e empresas puxarem o freio

Patrícia Meira

Faltando aproximadamente dois meses para o começo do plantio da safra 2008/2009, a venda antecipada de soja está estagnada no país. Importante fonte de financiamento do agronegócio, a negociação do que será colhido ano que vem é uma das vigas de sustentação da produção.

A paralisação, segundo analistas, deve-se à volatilidade do mercado mundial de commodities agrícolas. Tanto empresas do segmento quanto produtores estão retardando negociações de contratos futuros, porque não conseguem prever com segurança qual será o comportamento de preços.

O recuo das cotações e a incerteza sobre o reflexo que a alta de custos terá sobre a produção são componentes para que o mercado esteja quieto, explica Antônio Sartori, diretor da Brasoja.

– Temos de admitir a possibilidade de uma brusca queda de preços no ano que vem.

Desde 3 de julho, a cotação da soja na Bolsa de Chicago caiu do recorde histórico de US$ 16,58 por bushel (27,2 quilos) para US$ 13 durante a segunda-feira, dia 28.

A baixa deve-se a fatores como a entrada da Argentina no mercado, a ação de especuladores e a parada nas aquisições da China, enumera Marcelo Pinto de Faria, gerente de grãos da Cooperativa de Agricultores do Plantio Direto (Cooplantio).

Após vender 10% da produção antecipadamente na safra 2007/2008, produtores da região de Carazinho, no Rio Grande do Sul, estão optando por segurar a venda futura.

Segundo o diretor comercial da Cotrijal, Irmfried Schmiedt, houve frustração no ano passado, quando o valor recebido no vencimento dos contratos foi inferior ao preço pago ao produtor no balcão naquela data.

– Na hora de vender o preço estava bom, mas na hora de receber estava melhor ainda no balcão. Isso acabou frustrando muita gente – explica Schmiedt.

A área com soja entre os 14 municípios de abrangência da Cotrijal chegou a 130 mil hectares na safra passada. Por enquanto, ninguém fala em reduzir área plantada com a oleaginosa no Rio Grande do Sul, mesmo com os pesados custos de produção.

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