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 | 08/07/2008 04h06min

Ingrid teria sido ameaçada de abuso sexual

Conflitos entre os próprios reféns em algumas épocas eram quase diários nos cativeiros das Farc

Doentes, acorrentados a árvores ou a companheiros e forçados a longas caminhadas sob quaisquer condições climáticas, a ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt e seus colegas de cativeiro foram obrigados a conviver com mais uma adversidade: tensões e brigas entre si.

De acordo com o ex-senador Luis Eládio Pérez, que passou sete anos em cativeiro - quatro deles ao lado da ex-senadora - , os conflitos entre os próprios reféns em algumas épocas eram quase diários, e Íngrid sofreu ameaças de abuso sexual.

— Diferenças de opinião criaram atritos que levaram a brigas, e houve pelo menos dois casos que passaram dos limites — afirmou o ex-senador.

Em suas entrevistas, Ingrid não mencionou tentativas de abuso ou hostilidade por parte de seus colegas.

Pérez é um dos ex-reféns mais próximos da franco-colombiana. Ele contou detalhes de uma fuga frustrada dele e de Ingrid, na qual pretendiam chegar ao Brasil, em uma noite de tempestade. Ambos andaram em meio à selva, mas a saúde precária de Pérez os impediu de continuar.

A tentativa de fuga fez com que os rebeldes endurecessem as condições do cativeiro e acirrou o racha entre os reféns, que culparam Ingrid pela piora das condições em que eram mantidos. Segundo relatos da franco-colombiana, a partir dessa ocasião ela passou a ser acorrentada pelo pescoço 24 horas por dia. A ex-refém descreve o "comandante Enrique", um de seus carcereiros, como "especialmente cruel".

Ontem surgiram informações sobre o marido de Ingrid, Juan Carlos Lecompte, que estaria afastado de todos os eventos porque tem uma nova namorada e rompeu com a família.

França teria pago resgate por Ingrid em 2003

Também ontem, foi revelado pela rede de TV colombiana RCN que a França teria pago um resgate pela libertação de Ingrid em 2003. Uma mensagem achada no computador de Raúl Reyes, importante líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) morto em março deste ano, mostra que o mediador francês para uma eventual troca de reféns com a guerrilha, Noel Saez, foi enganado em uma negociação.

Em e-mail a Saez - com cópia para o então chefe das Farc, Manuel Marulanda - , Reyes diz não entender o motivo do pagamento do resgate, já que as Farc não haviam dado garantias da libertação nem confirmaram a identidade dos que seriam soltos.

A reportagem lembra ainda que, entre 9 e 13 de julho do mesmo ano, uma semana antes do envio da mensagem de Reyes, um avião militar francês permaneceu na cidade de Manaus, no Brasil, à espera da suposta libertação da ex-candidata à presidência da Colômbia. Segundo a RCN, as autoridades agora investigam quem enganou Saez, quanto foi pago por Íngrid e quem fez a entrega do dinheiro.

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