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 | 06/07/2008 18h02min

Ex-refém propõe aliança política com Ingrid na Colômbia

Ex-senador Luis Eladio Pérez diz que a colega ficou mais humilde após período de cativeiro

Faz menos de duas semanas que o ex-senador colombiano Luis Eladio Pérez assistiu pela primeira vez às cenas dos atentados terroristas de 11 de Setembro. Três meses antes da tragédia, em 10 de junho de 2001, ele havia sido seqüestrado pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Pérez foi mantido refém na selva por "seis anos, oito meses, 17 dias e 9 horas", até ser solto, em 27 de fevereiro de 2008. Neste domingo, em entrevista ao site G1, ele conta que não teve dificuldade para se adaptar ao que prefere chamar de "realidade", em vez de liberdade. Menos de uma semana depois da libertação de Ingrid Betancourt por um operativo de resgate do Exército colombiano, Pérez já fala em uma aliança política com a também ex-senadora.

— Falei com ela ontem (sábado). Vamos trabalhar juntos pela Colômbia que está esquecida. A guerrilha é uma saída que muitos jovens vêem para a pobreza. Não adianta apenas agir militarmente, é preciso pensar de forma política e social para acabar com os problemas estruturais que fortalecem as Farc.

Os dois se conheciam do Congresso e se tornaram muito próximos por terem ficado presos juntos por grande parte do tempo que ambos ficaram reféns das Farc. Segundo Pérez, Ingrid se tornou uma pessoa mais humilde e tolerante.

— Antes do seqüestro, ela era muito radical e difícil, se achava predestinada a transformar o país. Hoje, ela está muito diferente e vai ter um papel primordial no futuro político da Colômbia.

O ex-senador não levou a sério os elogios que sua colega fez ao atual presidente Álvaro Uribe e diz que ela não vai se alinhar politicamente a ele, por mais que, em entrevistas nos últimos dias, tenha admitido até mesmo aceitar um terceiro mandato presidencial para ele.

— Ela falou isso em choque pós-traumático, feliz por ter sido libertada, mas nossa postura política é diferente da do presidente.

Segundo o ex-senador, a operação que libertou os 15 reféns na última quarta-feira vai abalar o poder central do secretariado, que equilibrava a guerrilha, e desmontar todo o aparato deles. Com um sorriso enigmático, entretanto, ele se negou a comentar a versão divulgada pelo Ministério de Defesa e disse que não revelaria se já tinha informações sobre o resgate antes que ele acontecesse.

— Sou contra operações de resgate, mas tenho que tirar o chapéu para esta — disse.

Veja a reconstituição do resgate:

 
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