| 07/07/2008 07h02min
Ao final de uma reunião de três dias em Paris, líderes da área de energia da União Européia (UE) deram sinais neste final de semana de que está mais próximo um acordo com o Brasil para a compra de etanol. Mesmo sem propostas concretas, a mudança de discurso em relação ao combustível de cana-de-açúcar assinala um passo importante para a recuperação de sua imagem.
Uma das declarações mais significativas foi a de Claude Turmes, responsável pelo encaminhamento da lei de energia renovável no Parlamento Europeu. O líder político afirmou que a UE deveria fazer um acordo bilateral com o Brasil para a importação de biocombustíveis.
– Minha análise mostra que o único país de onde podemos importar combustíveis agrícolas para a UE de forma sustentável e em quantidades substanciais, no momento, é o Brasil – justificou.
Turmes detalhou que esse acordo seria uma espécie de teste, e incluiria critérios rígidos de sustentabilidade e de superação dos problemas sociais, além de compromissos com a interrupção do desmatamento.
Segundo Jean-Louis Borloo, ministro do Meio Ambiente da França, existe amplo apoio à sugestão de Turmes. O deputado no Parlamento Europeu também está pressionando para que as propostas sobre biocombustíveis sejam revistas para evitar efeitos prejudiciais para as florestas e a biodiversidade.
Borloo explicou que houve um mal-entendido sobre a meta da UE de alcançar 10% de combustíveis renováveis até 2020. Interpretado como um mercado apenas para biocombustíveis, o objetivo chegou a ser considerado um dos fatores de pressão sobre os preços dos alimentos - a maior produção de etanol vem do milho, nos Estados Unidos. Na Europa, é feito com colza.
Por isso, Borloo fez questão de assinalar que a meta também inclui veículos elétricos recarregáveis, usando eletricidade verde ou alimentados por hidrogênio - tecnologia ainda não disponível mas com potencial de amadurecimento até 2020.
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