| 04/07/2008 15h05min
A especulação em função dos baixos estoques e dos problemas climáticos nos Estados Unidos foi o que levou o preço da soja a mais de US$ 16 por bushel na Bolsa de Valores de Chicago, a maior cotação em 160 anos. É análise de Antônio Sartori, da Brasoja, que concedeu entrevista ao Mercado e Companhia, nesta sexta-feira, dia 4.
Sartori explicou que a lavoura americana começou com atraso e as inundações ocorridas em regiões produtoras importantes em junho agravaram a situação e aumentaram as preocupações com o volume a ser colhido. Segundo ele, o que foi perdido será replantado, mas haverá forte perda de produtividade.
De acordo com ele, Brasil, Argentina e Estados Unidos ainda possuem estoques de soja e podem especular com os preços do produto. Além disso, fundos de investimento pelo mundo possuem, atualmente, um capital de US$ 26,2 trilhões, disse o diretor da Brasoja.
– É um dinheiro ágil, covarde, que, no menor risco foge, migra. Isso pode provocar, como tem provocado, uma louca volatilidade.
Na avaliação de Antônio Sartori, a situação do mercado de soja só deverá ficar mais clara no fim do mês de agosto. Até lá, a especulação continuará forte e, segundo ele, o cenário poderá ser de céu ou de inferno. A postura que o produtor deve adotar é a de estudar a estratégia mais eficaz de comercialização.
Apesar de acreditar em mais especulação, o diretor da Brasoja contestou boatos prevendo uma eventual subida das cotações da soja para US$ 18 por bushel. Na avaliação de Antônio Sartori, não há como prever e deve ser admitida tanto a possibilidade de aumento quanto a de queda nos preços.
– Teria de saber como vai o clima dos Estados Unidos, o dólar, o petróleo. Analistas renomados falam que o petróleo até o fim do ano pode cair a US$ 70 e pode subir a US$ 200. Então, não tem a mínima chance de alguém saber.
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