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 | 06/07/2008 18h30min

Ministro colombiano acusa diplomata suíço de levar US$ 500 mil para as Farc

Juan Manuel Santos reiterou que o governo colombiano não pagou pelo resgate dos reféns

O ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, declarou que o diplomata suíço Jean Paul Gontard, que participou dos esforços para a libertação dos reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), aparece como "portador" de US$ 500 mil confiscados da guerrilha na Costa Rica. Santos fez a afirmação em entrevista publicada neste domingo pelo jornal El Tiempo, na qual reiterou que o governo colombiano não pagou pelo resgate dos 15 reféns das Farc.

Os seqüestrados foram libertados na quarta-feira pelo Exército da Colômbia, e entre eles estavam a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, os americanos Thomas Howes, Keith Stansell e Marc Gonsalves, e 11 militares e policiais colombianos.

— A única coisa que eu digo é que esse senhor (Gontard) terá que explicar por que aparece nas mensagens de 'Raúl Reyes' como o portador dos US$ 500 mil apreendidos da guerrilha colombiana na Costa Rica — disse o ministro, se referindo ao computador do porta-voz internacional das Farc.

Reyes foi morto em 1º de março, em uma operação do Exército colombiano em território equatoriano, na qual também morreram outras 25 pessoas, e que gerou uma crise diplomática entre Colômbia e Equador.

Quando perguntado se Gontard "se aliara à guerrilha" colombiana, Santos respondeu:

— Nem uma palavra a mais.

Sobre a afirmação do jornalista suíço Frederich Blassel, da Radio Suisse Romande (RSR), de que um rebelde das Farc recebeu US$ 20 milhões em troca da entrega dos seqüestrados, e que a operação foi uma armação, Santos disse:

— Desde sexta-feira passada que eu repito que isso é absolutamente falso.

O ministro explicou que a chamada Operação Xeque, na qual o Exército colombiano libertou os 15 seqüestrados, foi proposta por membros da inteligência militar (colombiana), "criativos e audazes". O plano consistiu em convencer o guerrilheiro "César" — que estava com os cativos — que o chefe militar das Farc, Jorge Briceño, conhecido como "Mono Jojoy", ordenara a transferência dos seqüestrados para o local onde estava o líder máximo da guerrilha, "Alfonso Cano".

— Montaram, então, uma espécie de estúdio de cinema, para pôr o plano em prática. As pessoas que participaram diretamente nos helicópteros tiveram, inclusive, aulas de teatro — explicou o ministro colombiano.

Santos acrescentou que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, lhe apoiou o projeto, declarando:

— Vá em frente, ministro.

Santos reiterou que o Exército se infiltrou nas Farc, e destacou que esse processo "não aconteceu de um dia para o outro".

— Nós temos infiltrados nas Farc há muito tempo — afirmou.

Sobre o futuro das Farc, Santos disse "esperar que Alfonso Cano perceba que se não negociar agora, será muito difícil mais tarde".

EFE
 
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