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 | 04/07/2008 12h03min

Ministro afirma que país está protegido da crise de alimentos, mas não está imune

Para Cassel, governo deve se preocupar com produtos consumidos pela sociedade dia-a-dia

O Brasil está protegido da crise de alimentos, mas não está imune. A avaliação é do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Para ele, o governo precisa agir com responsabilidade e tomar todos os cuidados.

— Quando há uma crise de preços de alimentos, a gente sabe que quem sofre primeiro e sofre mais são as camadas mais pobres da população. A gente tem que impedir que isso aconteça produzindo mais alimentos, alimentos que a gente consome no dia-a-dia — afirmou Cassel, ao participar de entrevista a emissoras de rádio no estúdio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em Brasília.

Por essa razão, segundo Cassel, a aposta do governo federal é ampliar a produção nacional, em um período de três anos, para 18 milhões de toneladas — o suficiente para abastecer o país durante dois meses e meio — por meio da "modernização acelerada" da agricultura familiar:

— Estamos convencidos de que a crise é séria, mas que encontramos o caminho certo para enfrentá-la.

O ministro reforçou o posicionamento do governo em relação à monocultura e afirmou que a prática é ruim não apenas para o agricultor que só planta soja, cana ou eucalipto, mas para a toda a sociedade, que fica sem leite, frango, carne, frutas e outros alimentos consumidos no dia-a-dia:

— A dona-de-casa e o trabalhador, quando vão ao supermercado, compram feijão, arroz, pão, leite. É com isso que a gente tem que se preocupar. A gente tem que garantir a produção de tudo isso para que os preços baixem no supermercado.

Segundo Cassel, atualmente quem investe na produção de alimentos está ganhando dinheiro e estabilidade. Ele acredita que os agricultores brasileiros, aos poucos, começam a perceber que o papel fundamental da agricultura familiar no país é garantir mercado interno.

— O financiamento de investimento de até R$ 100 mil por família, com 2% de juros ao ano e os três anos de carência [previstos no Plano Safra Mais Alimentos] são vinculados apenas para a produção de alimentos básicos. As pessoas que moram nas cidades vão enxergar melhor o papel econômico dos agricultores familiares, que vão ter mais estabilidade e mais renda — afirmou.

O ministro lembrou ainda que os investimentos na produção de grãos voltada aos biocombustíveis não devem atrapalhar o aumento da oferta de alimentos, já que apenas 18% do óleo extraído da soja, por exemplo, é utilizado para a produção do biodiesel:

— O restante se transforma em adubo, em alimento para ave, para suíno. Tem sentido do ponto de vista da cadeia alimentar. É diferente, por exemplo, do etanol de milho nos Estado Unidos. Mais de 90% do milho é utilizado [na produção de etanol].

AGÊNCIA BRASIL
 
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